Nova batalha greco-persa

Nova batalha greco-persa

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O filme “300 - A Ascensão do Império” é baseado na história em quadrinhos para adultos “Xerxes”, de Frank Miller, por sua vez inspirada nas guerras  greco-persas. Este longa-metragem não se trata de uma sequência  cronológica do filme anterior, "300" (2006/2007). Mas narra a movimentação  que ocorria no restante da Grécia em paralelo à luta dos espartanos  liderados pelo rei Leônidas no desfiladeiro de Termópilas (com alguns  flashes do original). A produção acompanha outro líder, o general  Temístocles (Sullivan Stapleton), que defendia a Grécia em outro ponto do  país, o Litoral.  A história mostra um pouco do passado de Xerxes, interpretado novamente  pelo brasileiro Rodrigo Santoro, que se torna imperador da Pérsia após a  morte de seu pai, Dario, assassinado por Temístocles. Desta forma, se  entende que a invasão à Grécia carrega uma vingança pessoal de Xerxes. Temístocles, por sua vez, tenta reunir os exércitos das várias cidades- estado gregas para poder enfrentar as colossais forças invasoras. Com direção de Noam Murro, este filme tem o roteiro de Zack Snyder (diretor do primeiro filme) e Kurt Johnstad. O estilo visual mantém os tons pastéis do original e investe nos efeitos especiais, em especial nas batalhas náuticas. A estética volta a apresentar sequências de lutas que, milimetricamente coreografadas, desaceleram a velocidade em alguns movimentos, permitindo ao espectador ver detalhes de soldados serem esquartejados. A produção não economiza no sangue que jorra na tela. É, portanto, um filme violento do início ao fim. A trilha sonora merece
destaque com a música de Junkie XL, que alterna sonoridades bélicas e pomposas que enfatizam a força dos oponentes. Santoro ganha mais destaque neste filme em relação ao primeiro, no qual chegou a ser motivo de piada por dizer poucas palavras. Agora seu personagem aparece em uma fase mais jovem, antes de se transformar em rei. Sua figura depilada e com correntes douradas é atribuída à influência da guerreira Artemesia (Eva Green), que chefiava a marinha da Pérsia e era leal ao rei Dario. Santoro tem sua voz alterada digitalmente, o que ajuda a dar grandiosidade ao seu personagem. Se falta neste filme um personagem carismático como o do Rei Leônidas (Gerard Butler no primeiro longa), e que Stapleton não consegue repetir ou superar, o destaque fica com a figura feminina de Artemisia. Eva Green está perfeita no papel da vilã, uma mulher que foi vítima de violência e se utilizou dela para sobreviver. Nesse papel, ela mistura o exotismo que apresentou como a princesa Sibylla em “Cruzada” (2005) e a maldade da bruxa de “Sombras da Noite” (2012), com direito a um topless. Ao final, o filme deixa questões em aberto, o que permite uma continuação.

Adriana Androvandi

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