Nunca é o fim

Nunca é o fim

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Aplausos, histeria e gritos animados. Não há dúvida de que se trata de um momento único para os fãs. Se assim tem sido as primeiras sessões de  "Star Wars: Os Últimos Jedi", de Rian Johnson, é de se entender a essência de seu criador, George Lucas, cujo universo, capaz de encantar, resulta de uma mitologia ampla, que atrai olhares, percepções e curiosidades. Desde os primeiros acordes da abertura musical de John Williams, sempre esperados, até o último golpe de sabre, os olhos atentos e os corações acelerados acompanham a saga do filme independente que pode ser considerado um dos mais exitosos da história do cinema. Tal carreira levou a poderosa Disney  a adquirir os direitos da franquia e levar consigo a fidelidade daqueles que não escondem sua identificação com enredo,  personagens e com a não linearidade da narrativa. Felicidade plena da indústria criativa e de seus produtos mercadológicos.

Com as inovações tecnológicas que chegaram também ao cinema, o enredo da saga consolidou a parceria com os efeitos especiais desejados, esperados e festejados por quem esteve e está diante da tela. Não em excesso, eles tem sido usados, agora em "Os Útimos Jedi", com a dose equilibrada, que a própria "Força" inspira. Com alguns personagens já conhecidos e reconhecidos, com laços criados com o público, o universo de George Lucas aparece com uma densidade de relações humanas reafirmando a figura do pai, da mãe e da autoridade com poder. A diversão permeia todos estes universos. Tem até espaço para um Benicio del Toro, meio caricaturizado, na figura sempre presente do mercenário das galáxias. Para não esquecer quem o antecedeu.

No novo filme, o feminino segue forte, já representado em outros episódios, com mulheres a frente das estruturas de poder, não somente vivendo coadjuvantes romanceadas com tons de sofrimento. A Força escolheu um rosto bonito, feminino, suave, mas intenso. E muito mais. A atriz britânica Daisy Ridley vive com intensidade Rey, da nova geração que carrega consigo os mistérios e o poder latentes neste universo. Da tentativa de reacender a chama do antigo Jedi até a tentativa de conversão do vilão potencializado pela dor, a nova lutadora busca o equilíbrio exigido por sua missão. Ela também pode ser vista no cinema ao lado, atuando na refilmagem do "Assassinato do Expresso Oriente", de Kenneth Branagh.

Após encontrar o mítico e recluso Luke Skywalker (vivido por Mark Hammil) em uma ilha isolada, a jovem Rey busca entender o balanço da Força a partir dos ensinamentos do mestre jedi. De forma paralela, o Primeiro Império de Kylo Ren (Adam Driver) se reorganiza para enfrentar a Aliança Rebelde. A partir daí, batalha interestelar com pouco sangue e muitas mortes, e pequenos conflitos vão ajudando a construir a densidade da trama.

Do diretor, Rian Craig Johnson, responsável por este episódio, é bom saber que é um roteirista e realizador norte-americano que já escreveu e dirigiu filmes como "Brick" e "Looper", além de ter dirigido dois episódios da série Breaking Bad. Ou seja, conectado com as narrativas contemporâneas, com a ação e a dramaticidade lado a lado em busca da sedução do espectador. No mais é deixar-se levar pela intensidade da trama e pela plasticidade do espetáculo, que é também tributo a Carrie Fisher, a Princesa Léia, cuja morte, no final do ano passado, só a encontrou depois de filmar suas cenas para integrar o filme. Mas, mesmo que o título do filme queira dar o ar de fim, a trama se abre e não se fecha. Esperar...

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