O irmão errado

O irmão errado

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São quase duas horas e meia em que Johnny Depp rouba a cena como o índio Tonto, no novo filme do produtor Jerry Bruckheimer e do diretor Gore Verbinski. Em “O Cavaleiro Solitário”, a equipe de cineastas, que também está por trás da franquia campeã de bilheteria “Piratas do Caribe”, dá uma conotação cômico-dramática a episódios da cultura popular norte-americana, envolvendo o Velho-Oeste, o desenvolvimento das ferrovias e as desavenças com os índios locais. A adaptação de “The Lone Ranger” (esta é a quarta para o cinema), um justiceiro mascarado que nasceu no rádio em 1933, antes de estrelar no final dos anos 40 na televisão dos EUA, traz Depp, que remete ao Jack Sparrow, de “Piratas do Caribe” (apesar de baseado em pintura de Kirby Sattler para a maquiagem e o chapéu), e Armie Hammer como o “Cavaleiro Solitário”, com cara de Brendan Fraser da franquia “A Múmia”. Também é de Depp o detalhe do corvo morto que ele carrega na cabeça. Hilário.
Em “O Cavaleiro Solitário”, Johnny Depp encarna com personalidade própria dois momentos da vida do indígena que narra a história da transformação do advogado da cidade que retorna ao interior no Oeste dos EUA como o novo Procurador. Com ele vem o desejo de justiça e a lembrança da ex-namorada da adolescência. A produção torna-se uma aventura com muito humor e ação na qual o famoso herói mascarado ganha vida através de novos olhos. Tonto (Depp), o espírito guerreiro nativo americano, narra as histórias não contadas que transformaram John Reid (Hammer), um homem da lei, em uma lenda da justiça. Há uma acelerada viagem cheia de surpresas épicas e muito humor enquanto os dois improváveis heróis precisam aprender a trabalhar juntos e lutar contra a ganância e a corrupção. Do início ao fim, os realizadores trabalham som, efeitos e imagens, para prender a atenção do garoto a quem Tonto relata a história, e de quem for aos cinemas. Os elementos de "Piratas do Caribe", "A Múmia", e outras sagas, como "Os Caçadores da Arca Perdida" cruzam pelas cenas, numa fragmentação contemporânea que constrói novas leituras, em que a História é o que menos importa.. diversão e arte visual, estética e sonora... divirta-se, sem compromissos.

Por Marcos Santuario

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