Para rir, pensar e esquecer

Para rir, pensar e esquecer

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Comédias inteligentes e capazes de um diálogo com o público que quer mais do que riso fácil são escassas no mercado cinematográfico brasileiro. Aliás, reunir sacadas inteligentes e discursos politicamente corretos exigem mais do que desejo de boa bilheteria.  "E aí, Comeu?", baseado na peça de Marcelo Rubens Paiva e com direção de Felipe Joffily, tem um começo apelativo, como o título. Depois toma um caminho bastante parecido com o que vemos no universo de grande parte dos relacionamentos contemporâneos. O filme é quase uma versão tupiniquim dos ares que rondam o hollywoodiano "Sex and City". Uma das diferenças principais é que, na produção brasileira, o universo masculino é que começa tomando a tela, com os amigos que se encontram no bar para conversar sobre suas relações com as mulheres que os rodeiam. Sucesso na televisão, a fórmula gera risos e reflexões, com descontração e pitadas de irreverência. Pode fazer pensar sobre qual é o papel do homem nesse mundo povoado por mulheres, sejam elas interesses amorosos ou não.

Os personagens principais convencem: o recém-separado inconformado Fernando (Bruno Mazzeo); a garota "tarja preta" Vitória (Tainá Muller); o machão Honório (Marcos Palmeira), que desconfia da esposa Leila (Dira Paes); e Afonsinho (Emilio Orciollo Netto), o
sonhador que não se compromete com nada e só se relaciona com prostitutas. Ótimo destaque para a participação do cantor Seu Jorge, hilário, seguro e cheio de si no papel do garçon que atende o bar que é locação central da trama. Vale ficar para ver os créditos finais, ouvindo Seu Jorge numa canja final. O filme é para rir e pensar. Sem muitos compromissos

Por Marcos Santuario

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