Perdeu a graça

Perdeu a graça

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Sacha Baron-Cohen, definitivamente, perdeu a graça. Depois de surpreender com o iconoclasta Borat e o debochado Brüno, derrapa feio em "O Ditador", direção de Larry Charles. Desta vez o comediante é o General Aladeen, soberano da árabe Wadiya. Cruel e ao mesmo tempo patético, cria Olimpíadas para ele mesmo concorrer e vencer e não vacila em mandar executar qualquer súdito que seja contrário às suas vontades.

Mas o que Aladeen realmente é puramente o amor, que ele vai encontrar nos Estados Unidos, onde deverá discursar na sede da ONU, pois pretende negar estar montando um arsenal de armas de destruição de massa. E a exemplo de sua outra cria, o cazaque Borat, em Nova Iorque Aladeen vai descobrir uma conspiração de alguns de seus asseclas de despojá-lo do poder. Ao mesmo tempo que envolve-se com a ativista política Zoey (Anna Faris, contumaz participante de besteiróis, como "Todo Mundo em Pânico" e "Garota Veneno").

As piadas de "O Ditador", personagem claramente baseado em usurpadores como Saddam Hussein, Kim Jong-Il, Muamar Kadafi e Ahmadinejad, devem agradar somente aos adolescentes estourando de hormônios. É um apanhado de tiradas sobre masturbação, defecação, felação e mulheres peituras. E supremo politicamente incorreto, manifestações antisemitas e racistas. Mas sem nunca esquecer que Sacha Baron-Cohen é judeu.

Salvam-se umas três ou quatro piadas, principalmente as que aparecem Megan Fox e Edward Norton como eles próprios e se prostituindo para dirigentes políticos.
No final, fica aquela sensação de incômodo e vergonha alheia. Nem mesmo o ótimo Ben Kingsley agrada.

Por Chizo Izidro

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