Profissão amor
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"Insubstituível" (Médecin de Campagne"), dirigido por Thomas Lilti, tem muito de outro longa
recentemente lançado, "Bem-Vindo a Marly-Gomont", onde um médico africano tenta ser aceito numa
comunidade rural na França dos anos 1970. Aqui a luta é da recém-formada em medicina Natalie
(Marianne Denicourt), que foi enfermeira por 10 anos, mas enfrenta a resistência não só dos
moradores de uma pequena cidade do interior francês, mas também do médico titular do posto, que a
trata com mau humor e sem paciência.
O médico, Jean-Pierre Werner, é vivido por François Cluzet (do fantástico Intocáveis). Ele descobre
estar com câncer, mas resiste a fazer tratamento. É quando recebe a oferta de ser ajudado por
Natalie, e aí reside outra resistência de sua parte. Afinal, o médico trata dos moradores da localidade
há várias décadas, e eles não estão dispostos a ser atendidos por uma novata. Werner é, como diz o
título nacional, insubstituível. A obra mostra o amor pela profissão - os dois não tem hora e nenhuma
indisposição para atender seus pacientes, mostrando um profissionalismo que não vemos aqui no Brasil,
por exemplo.
Cluzet brilha em seu papel, onde vive um homem carrancudo e azedo, mas sempre amoroso com os seus
clientes de décadas - só não dá para entender é a personagem de Marianne Denicourt, que mesmo com
tudo o que vê ao seu redor, e trabalhando com um colega vítima de câncer, aparecer em cada cena
sempre segurando um cigarro.