Relações contemporâneas

Relações contemporâneas

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Depois de mostrar seu talento na direção de "Juno", "Amor sem Escalas", "Jovens Adultos" e "Refém da Paixão", o diretor diretor nascido no Canadá, Jason Reitman, coloca a lente sobre outros comportamentos globais na atualidade. Em "Homens, Mulheres e Filhos" surge um recorte com tons realistas de comportamentos fáceis de serem observados na sociedade capitalista ocidental atual. Não precisa ir longe. Dentro de nossas casas ou entre nossos amigos mais próximos. Na trama, jovens conectados muito mais a seus dispositivos internéticos móveis do que em outras formas de contato humano. Pais preocupados (ou hiperpreocupados) com os comportamentos dos filhos. Escolas que não sabem bem o que fazer com tudo isso. Adultos portadores de segredos de comportamento também vinculados às tecnologias do mundo virtual. Ou seja, temática fácil de digerir, ainda que complicada de lidar.

Por isso um filme para todos os que, de alguma forma, vivem este momento. Fórmula de sucesso e atores que dão conta dos seus papéis.  Jennifer Garner vive a mãe neurótica que vigia 24 horas por dia os passos virtuais da filha adolescente; Adam Sandler vive (sério) homem que está com o casamento em crise e tem, como hábito,  procurar garotas de programa pela internet. Para auxiliar na compreensão do todo, Reitman decidiu dar ao público a voz de Emma Thompson, explicando o que sucede na tela. Recurso que pode facilitar uma tal preguiça visual.

Genial o detalhe do jovem estudante que, obrigado pelo pai a ser um jogador de sucesso na escola, aparece em uma das cenas iniciais, caminhando, literalmente,  na contramão de todos os demais colegas, dispersos e conectados em seus smartfones. Ele, mochila nas costas, caminha e observa o mundo ao redor, pensando em suas decisões. Mostra de que Reitman também quer dizer algo além.

Por Marcos Santuario

 

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