Robocop de Elite
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O diretor José Padilha está sendo aplaudido o remake do cult dos anos 1980 “Robocop”. Aclamado com o filme “Tropa de Elite”, neste seu primeiro projeto nos EUA, Padilha explora, preocupações existenciais e políticas próprias da atualidade. Em meio a tiros e efeitos especiais surge o debate sobre o lugar dos drones na sociedade civil. A produção já estreou em algumas regiões do mercado internacional, liderando bilheterias e colocando o nome do diretor carioca, 46 anos, em uma seleta lista mundial. O atual guarda alguma relação com o original. Mas o amplia e atualiza. Em efeitos especiais, propostas estéticas e olhar cinematográfico. Palmas para Padilha e sua equipe, Lula Carvalho e Daniel Rezende, cujo trabalho se sobrepõe ao dos próprios atores, todos coadjuvantes do projeto, inclusive os principais.
A ação de “Robocop” começa em Detroit no ano de 2028, com um programa de televisão do apresentador de ultradireita Pat Novak (Samuel L. Jackson), um aliado da OmniCorp, a mega corporação comandada por Raymond Sellars (Michael Keaton) que fabrica robôs-soldados. Aliás, novamente o tema da imprensa vem à tona, como em "Tropa de Elite", lembra? Bem, voltando ao tema central: ao contrário do filme original de Paul Verhoeven, de 1987, nesta versão o exército americano já utiliza os robôs da OmniCorp nos combates no Oriente Médio, mas o uso civil das máquinas está proibido. Para satisfazer as inquietações do povo americano, Sellars encomenda a Dennett Norton (Gary Oldman), um cientista eticamente ambíguo, a produção de um policial com a precisão de um robô e as emoções de um ser humano. O resultado é o oficial Alex Murphy (Joel Kinnaman), gravemente ferido e com a cabeça amputada, transplantado a um androide, para criar empatia humana. Na trama também se discute a relação do humano com a máquina, do público com a criação de herói tecnológico, entre outras mais suaves.
Marcos Santuario