Sangue e excesso

Sangue e excesso

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Um circo chega na Ilha de Fernando, trazendo com ele um antigo morador do local, o jovem Pedro (Daniel Oliveira), que se reinventou e passou a ser

conhecido como Zolah, o homem-bala. O filme começa monocromático, mostrando a montagem da enorme lona circense e passa a ter cores fortes

quando da primeira exibição de Zolah para os humildes moradores do local, pescadores em sua maioria. A presença de Zolah vai atiçar, principalmente

as mulheres da ilha em "Sangue Azul", direção de Lírio Ferreira. O ator circense, mesmo envolvido com uma colega, a musa cubana Teorema

(Laura Ramos), não se deixa comprometer com as mulheres do povoado, mas atiçando principalmente o desejo incestuoso de sua irmã, Raquel (Caroline

Abras), casada com seu melhor amigo Cangulo (Rômulo Braga). Os dois, Zolah e Raquel, claramente se desejam, mas a ética segura o impulso deles.

Os artistas do circo são vistos como celebridades, pessoas especiais, entre aqueles moradores simples. E entre os artistas o homem mais forte do

mundo, Inox (Milhem Cortaz), que esconde com sua agressividade a sua homossexualidade, o atirador de facas que adora recitar poemas em

francês Gaetan (Matheus Nachtergaele) e o dono do circo, o ilusionista  Kaleb (Paulo César Pereio).

"Sangue Azul" traz imagens lindas e extasiantes de Fernando de Noronha.

Suas águas azuis e transparentes, e atuações seguras e até mesmo corajosas de seus atores. E o filme, de certa forma, faz lembrar "Bye Bye

Brasil", de Cacá Diegues, mas sem a mesma dose de humor. Aqui a coisa é mais séria. Desnecessárias, no entanto, algumas cenas de sexo, gratuitas e

muito sem sentido.

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