"Segundo Tempo"
Filme rodado no Brasil e na Alemanha mostra dois irmãos buscando desvendar segredo do pai, imigrante alemão em São Paulo
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"Segundo Tempo" é o quarto filme dirigido por Rubens Rewald, que antes já havia lançado “Corpo”, “Super Nada” e “#eagoraoque”. Nesta nova obra, o diretor tem como pauta a trajetória de uma família e a aproximação de dois irmãos. Ana (Priscila Steinman) e Carl (Kauê Telloli) são filhos do alemão Helmut (Michael Hanemann), que se mudou para o Brasil pouco depois do final da II Guerra Mundial. O filme é dividido em duas partes.
Eles vivem em São Paulo e têm estilos de vida diferentes. A jovem é estudante e busca estabilidade financeira e amorosa, enquanto que o irmão passa os dias jogando bola em uma praça e dá pouca atenção ao pai. Além disso, Carl mantém uma vida dupla, ganhando uma grana como garoto de programa.
A vida dos dois irmãos, no entanto, sofre uma forte virada quando Helmut acaba morrendo repentinamente, durante exames de rotina em um hospital. Ana entra em depressão, e Carl decide fazer algo radical - eles pouco conhecem do passado do pai deles. E qual a solução? Arrumar as malas e partir para a terra natal de Helmut, para tentar descobrir um pouco mais sobre ele.
Em sua segunda parte, o filme transcorre na Alemanha. Uma Alemanha atual, distante do fantasma do nazismo, e mais multi-cultural. E Ana e Carl vão parar na pequena Tübingen, próxima a Stuttgart, cidade natal de Helmut. E lá os dois irão descobrir um segredo guardado a sete chaves pelo pai, e que vai mexer com a vida deles. Mas aí não posso dar este spoiler.
“Uma questão crucial no filme é sobre as famílias na cidade, suas histórias atuais e antigas. São Paulo é povoada por inúmeros migrantes e imigrantes, sendo que a identidade da cidade se forma a partir deste caldeirão étnico e cultural. Nesse sentido, há muitas histórias ocultas na cidade sobre pessoas ou famílias que apagaram seus passados para tentar se reinventar em uma nova vida”, disse o diretor, que também assina o roteiro.
A história oculta de Helmut é o fio condutor da trama, tal como um filme de investigação. “Afinal, em nossa experiência real, as histórias sempre nos chegam incompletas e fragmentadas. Nós somos os únicos capazes de fazer as conexões, sejam elas reais ou imaginárias”, ressaltou Rewald.
“É importante ressaltar que eu mesmo venho de uma família de imigrantes. A família de meu pai veio da Alemanha, fugindo da II Guerra Mundial, e a família de minha mãe veio da Hungria e da Turquia, fugindo da guerra entre a Turquia e a Grécia. Todos se conheceram em São Paulo durante a década de 1950, enquanto tentavam iniciar uma nova vida em um novo país. Segundo Tempo, embora completamente ficcional, carrega uma forte abordagem que deriva de meu imaginário pessoal e familiar”, completou ele.
Trailer: https://youtu.be/DvyIdkG6ukA
