Simples e quase road-movie

Simples e quase road-movie

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"Philomena", direção de Stephens Frears, é um filme simples, mas muito bem contado e com atuações acima da média de Judi Dench e Steven Coogan. A  veterana atriz, 79 anos, vive Philomena Lee, uma simples enfermeira  aposentada que decide procurar um filho após 50 anos, e recebe a ajuda do  jornalista Martins Sixsmiths (Coogan). Os dois partem numa jornada a partir da Irlanda, terra natal de Philomena, até os Estados Unidos,   proximando-se de um road-movie.
Philomena passou 50 anos pensando no destino de seu filho, Anthony, que  ela teve ainda na adolescência, e doado pelas freiras do convento onde ela
foi internada pelos familiares a uma família americana. O filme não chega  a discutir a ação da Igreja Católica, rígida em seu moralismo com jovens
grávidas e vistas como imorais por familiares e religiosos. Mostra apenas  que a Igreja foi intolerante com estas meninas, e como elas sofreram com o
fanatismo das freiras. Mesmo com todo o sofrimento que lhe foi impigido, Philomena nunca abandonou a sua crença religiosa. E isso é um contraponto
a Martin, ateu e arrogante.   O destino de Anthony é logo revelado, e na hora seguinte, "Philomena"  trata de mostrar as consequências dos acontecimentos na vida da enfermeira  e daqueles próximos a ele. Judi Dench e Steven Coogan formam uma boa  parceria. Ela não tem medo de expor suas rugas, e faz o papel de uma
mulher inculta, leitora de romances baratos e, às vezes desesperançada, e outras vezes, tendo certeza do que pretende. Já Coogan interpreta um
jornalista arogante, beirando o pedante, que no início está lá mais em busca de uma boa história, e que aos poucos vai compreendendo o sofrimento
daquela mulher religiosa.

Chico Izidro

 

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