Tensão na Montanha

Tensão na Montanha

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O filme “Evereste”, de Baltasar Kormákur, é uma aventura inspirada em relatos reais contados nos livros “No Ar Rarefeito”, de Jon Krakauer, e “Deixado para Morrer”, de Beck Weathers, com adaptação de William Nicholson e de Oscar Simon Beaufoy para os cinemas.

A história acompanha um grupo que inicia uma expedição para a montanha mais alta do mundo, o Evereste. Os espectadores começam a aventura chegando junto com os alpinistas em locais exóticos do Nepal, que dão uma sensação de deslumbramento. Depois, o grupo sobe aos campos de base para a escalada ao monte, realizada em etapas.  Mas o grau de dificuldade aumenta concomitantemente com a altitude. Um clima de tensão começa a se instaurar devido a vários fatores (que não vamos revelar aqui para evitar spoilers).

O elenco conta com grandes nomes: Jason Clarke, Jake Gyllenhaal e Sam Worthington interpretam guias experientes, mas de estilos diversos; Emily Watson faz o papel de uma profissional de logística do grupo; Josh Brolin, John Hawkes e Michael Kelly estão entre homens que pagam para realizar a jornada. Devido ao pouco tempo em que aparecem em cena e em papeis coadjuvantes, é de se admirar que a produção tenha convocado atrizes como Keira Knightley e Robin Wright, claramente subaproveitadas. Elas interpretam esposas que ficam em casa torcendo para que seus maridos voltem vivos.

Apesar do bom time de atores, que suscita a empatia do público, pode-se dizer que a natureza é a grande personagem da história. É ela que permite o avanço ou o bloqueio da trilha, gera surpresas e eleva o nível de riscos. Como diz um alpinista veterano a certa altura do filme: “Quem decide é a montanha”. Além das lindas paisagens e sequências bastante realistas que o longa-metragem apresenta, uma das questões intrigantes é o motivo das pessoas se submeterem a esse tamanho sacrifício. O filme procura algumas respostas que surgem na boca dos caminhantes. Alguns se desafiam, querendo provar alguma coisa para si mesmos, outros fogem da rotina, deixando preocupações para trás. São questões realmente muito subjetivas. Mas este drama mostra que o sonho tem de valer muito a pena, pois pode custar a própria vida.

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