Tudo no lugar

Um filme surpreendente, dividido em três partes complementares e coesas. Assim é “O Lugar Onde Tudo Termina”, dirigido por Derek Cianfrance, e onde brilham igualmente Ryan Gosling, Bradley Cooper, Eva Mendes e Dane DeHaan.

Gosling, o novo queridinho de Hollywood, quase que repete aqui seu personagem quase marginal de “Drive”. Porém, ao invés de dirigir carros perigosamente durante assaltos, ele é um motoqueiro que vai se envolver com roubo a bancos. Luke, tatuado e meio molambo, trabalha em um circo e na passagem deste por uma cidadezinha do Estado de Nova Iorque, ele reencontra a garota com quem teve um caso um ano antes, descobrindo que teve um filho com ela. Sem pensar muito, Luke larga o emprego e decide ficar na cidade, para ajudar Romina a criar o garoto. Só que Romina está casada e não quer saber dele, que além de tudo, é um duro. O jeito para arrumar uma grana é começar a assaltar bancos e fugir velozmente ao volante de sua moto.

Só que no caminho dele está o ambicioso policial Avery Cross (Bradley Cooper, mais uma vez confirmando ser um ótimo ator de dramas). A vida dos dois se cruza de forma excruciante durante emocionante perseguição automobilística. E mais não dá para contar.

“O Lugar Onde Tudo Termina” dá, então, um pulo de uma década e meia, passando a mostrar a dificuldade de dois adolescentes em levar a vida. Um deles é proveniente de uma família abastada, sempre atrás de drogas, e o outro de um lar humilde, tentando fugir dos problemas, mas sempre sendo levado até eles.

O filme parece sempre estar se encaminhando para um caminho simples, mas o roteiro, muito bem elaborado, leva a incríveis reviravoltas. E a história vai fluindo inquietantemente, discutindo ética policial, laços familiares, conceitos de vida, maturidade. Além de Cooper, que vem navegando muito bem nos dramas quanto nas comédias, Gosling sabe como ninguém, atualmente, viver um tipo outsider. Eva Mendes e Dane DeHaan (de "Os Infratores" e "Poder Sem Limites") também estão ótimos, vivendo personagens atormentados e sofridos. Um filme inteligente e impactante.

ChicoIzidro