Vale a tensão

Vale a tensão

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Vem da Argentina mais uma produção que merece ser vista. Já muito aplaudido no país de origem e na Espanha,  o suspense “Sétimo” é daqueles que ganha destaque mais pelo ator do que pelo diretor. O astro argentino Ricardo Darín, versátil e catalizador solucionante de furos do próprio filme, dá força ao trabalho do  diretor espanhol  Patxi Amezcua ( de "25 Kilates") e do roteirista Alejo Flah. Darín vive o advogado de meia idade  Sebastián, bem sucedido, separado de Delia (a atriz espanhola Belén Rueda, de “O Orfanato”), que não negligencia o contato com os dois filhos pequenos, Luca (Abel Dolz Doval) e Luna (Charo Dolz Doval). O "dia de desespero" que embala a trama começa cedo e se traduz em momentos de intenso suspenso, reviravoltas de mocinhos e bandidos, sem tiros nem pancadarias. A tensão alcança níveis profundos, mas termina quase novelesca, quando um desaparecimento, que é o centro das emoções na tela, se resolve e vai desmontando o quebra cabeças nada difícil de ser desvendado antes de revelado totalmente. Tal qual uma saudosa partida do jogo "Detetive", pode levar o espectador a tentar descobrir quem realmente é o bandido da história. Não há mordomo, mas o zelador (Luis Ziembrowski) e os vizinhos do prédio em que mora a família de Sebástian fazem parte do instigante jogo de suspeitos. O velho delegado, Rosales (Osvaldo Santoro), também merece aplauso. Darín surge, novamente, à vontade como um sujeito comum, de carne e osso, que vê seu dia desmoronar, de um momento para outro. Quem gostou de sua atuação em "Relatos Selvagens" vai sentir o mesmo em "Sétimo". Filmado em Buenos Aires, e com tomadas aéreas que lembram as produções globalizadas, os ambientes se sucedem, da urbanidade da capital argentina ao interior do prédio, centro da trama. Vale a tensão.

Por Marcos Santuario

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