Zoom no estilo

Zoom no estilo

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zoom marcosA estética e a narrativa de  “Zoom”, de Pedro Morelli (o mesmo de “Entre Nós”), tomam conta da tela quando o filme começa. A metalinguagem é a tônica desta coprodução internacional, Brasil/ Canadá, que conta com nomes como Gael García Bernal, Mariana Ximenes e Jason Priestley. O longa, apresentado com grande vigor pelo diretor, em uma das exibições da agenda Vanguard, na edição 2015 do Festival Internacional de Cinema de Toronto (Tiff), foi bem recebido entre o público que lotou salas em Toronto, e rendeu boas perguntas e respostas na sessão comentada.

Na trama, um diretor rodando um longa sobre uma escritora cuja protagonista de seu romance é a autora do quadrinho. Não entendeu bem? Leia de novo!...  E é isso mesmo, criatividade e vigor estão presentes neste trabalho que surge com segmentos que respeitam a lógica dos quadrinhos, com velocidade e ritmo. São como três contos, um ligado ao outro. A mescla de personagens reais com animação também dá a tônica da produção. No meio do enredo, arte e sexo envolvendo a quadrinista Emma (vivida por Alison Pill), trabalhadora diária de fábrica de bonecas sexuais realistas; Michelle, a modelo vivida por Mariana Ximenes, desejando ser escritora, para superar sua própria beleza; e, na outra ponta, o cineasta Edward, um Gael García Bernal animado, como realizador de filmes de ação que usa o sexo como forma de manipulação enquanto tenta tornar seu fazer cinematográfico mais pessoal e sensível.

Há no enredo bons momentos. Aposta na diversão. Acerta na escolha, ainda que, em determinado ponto possa produzir alguma reflexão sobre arte, vida e comportamentos. A tecnologia toma conta do desenho no espetáculo cinematográfico. Traz um valor intrínseco, mas não brilha pela temática. Vale ser visto, sobretudo, como retrato do audiovisual em franca expansão, como linguagem e como estética.

 

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