Caravana das mulheres indígenas chega a São Leopoldo nesta quarta-feira

Caravana das mulheres indígenas chega a São Leopoldo nesta quarta-feira

Encontro acontece na Terra Indígena Por Fi Ga, onde são aguardadas mais de 100 mulheres

Camila Souza

Desde maio, a caravana está percorrendo todos os biomas do território nacional brasileiro

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As mulheres indígenas do Sul do país irão se encontrar, nos dias 24 e 25 de agosto, na Terra Indígena Por Fi Ga, em São Leopoldo, para participar da primeira Caravana das Originárias da Terra. Após reunir mais de 200 mulheres no Paraná e 120 em Santa Catarina, a caravana chega ao Rio Grande do Sul, onde mais de 100 pessoas são aguardadas para somarem forças na luta das mulheres indígenas.

“É um momento muito importante e histórico, porque a gente vive lutando tanto por esses espaços e agora vamos ter a felicidade de receber a Caravana das Mulheres Originárias”, afirma Sueli Khey Tomás, liderança Kaingang da comunidade. “Estamos contando com a participação de mulheres do estado todo, cada uma com uma sabedoria, cada uma com uma história, cada uma com uma crença”. 

Desde maio, o grupo está percorrendo todos os biomas do território nacional brasileiro, realizando encontros presenciais em territórios representativos. No Paraná, o encontro foi no Tekoha Y’hovy, Terra Indígena Guasu Guavirá, no município de Guaíra, na última quinta e sexta-feira. Em Santa Catarina, as mulheres se reuniram na Terra Indígena Morro dos Cavalos, em Palhoça, nos dias neste domingo e segunda.

Durante os encontros, são realizados debates e ações sobre os seguintes eixos: mudanças climáticas e reflorestarmentes; participação e representação das mulheres indígenas nos espaços de poder; bioeconomia indígena; violência baseada em gênero e violações de direitos contra as mulheres indígenas nos territórios e fora dos territórios; articulação das redes de apoio às mulheres vítimas de violência de gênero; e mobilização e fortalecimento de coletivos/associação de jovens e mulheres indígenas.

Conheça a caravana

A caravana foi lançada pela Articulação das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga). O objetivo é promover ações de fortalecimento, protagonismo, acolhimento e reflexão sobre a importância dos biomas e territórios de todo o Brasil e sobre a conquista da autonomia das mulheres indígenas para a participação e ocupação de espaços institucionais e tomada de decisões.

A proposta surgiu pelas mãos e vozes das mulheres indígenas durante a primeira Marcha das Mulheres Indígenas, realizada em agosto de 2019, em Brasília. Este momento também foi um marco para a criação da Anmiga: a organização é uma grande articulação de mulheres indígenas de todos os biomas do Brasil, com saberes, tradições e lutas que se somam e convergem, como a garantia dos direitos indígenas e da vida dos povos.

Na região Sul, é realizada em parceria com o projeto Moviracá: direito à terra indígena, fruto da parceria entre o movimento indígena e a Fundação Luterana de Diaconia-Conselho de Missão entre Povos Indígenas (FLD-COMIN), financiado pela União Europeia (UE).


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