Uma aula de moda com Alexandre Herchcovitch

Uma aula de moda com Alexandre Herchcovitch

Lou Cardoso

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Se alguém te perguntar o nome de algum estilista brasileiro bem-sucedido internacionalmente, o primeiro que lhe vem à cabeça será de Alexandre Herchcovitch, não é? Para inspirar e ensinar um pouco sobre o mundo da moda, o estilista esteve na Capital esta semana para ministrar uma palestra para os alunos de pós-graduação de moda do Senac-RS e aproveitamos para bater um papo com o cara, que recentemente lançou uma linha de produtos para festas.

Herchcovitch; Alexandre não cria apenas vestuário. Ele também assina a criação de vários produtos distintos que vão desde sapatos como Melissa, Via Uno, Schutz a estampas para malas e capas de celular. Essa é uma parte importante do negócio da marca que já se desenvolve há mais de uma década, disse o estilista.

"Quando a gente percebeu que muitas pessoas queriam consumir a marca, mas nem todas queriam consumir especificamente aquela roupa que eu fazia, então criei outros produtos que foi percebido tanto pelo público quanto pelas empresas que começaram a se aproximar de mim pra de fato colocar o meu pensamento e minhas criações em cima de seus produtos", conta. E mesmo que sejam marcas e produtos tão distintos, Herchcovitch afirma que não é muito complicado pensar em suas criações, pois o processo acaba sendo o mesmo. A sua marca já tem um histórico forte e a equipe apenas entra com o pensamento de como seria a interferência da grife em tais produtos.

Se a gente gosta bastante de mostrar as últimas tendências do que acontece na moda por aqui, para Herchcovitch, este espaço que os blogs de moda encontraram é um reflexo do tempo, da tecnologia e da globalização que fatalmente iria acontecer. Mas que as revistas clássicas e tradicionais como a Vogue e a Elle, que antigamente eram nossa maior fonte de informações fashion, não perderam o foco por causa das famosas blogueiras. Apenas foram criados mais espaços para se falar do assunto. "Eu vejo isso como uma transformação, eu não vejo isso como bom e nem como ruim. É um ajuste aí que a gente tá fazendo", opina.

E se com a facilidade da internet trouxe mais pessoas para ler e falar sobre moda, a inclusão de grandes marcas como Versace para lojas de fast fashion, que foi o caso com a Riachuelo, é um grande serviço a todo mundo que quer consumir uma moda mais autoral comenta Herchcovitch, que também assinou uma coleção de roupas infantis para a C&A há 6 anos."Isso é uma maneira de todo mundo ter acesso e consumir aquilo que gosta. Na verdade, o fundamento de tudo isso é acessibilidade. O valor que essas peças têm, você pode ter uma peça assinada, uma peça característica de uma marca especifica por um valor que você possa pagar. E eu acho que este é o maior serviço que o fast fashion pode oferecer", finaliza o estilista.


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