Jerry Horton: “Eu diria que a evolução do Papa Roach foi natural e experimental”

Jerry Horton: “Eu diria que a evolução do Papa Roach foi natural e experimental”

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Foto: Bryson Roatch / Divulgação / CP Jerry Horton, segundo da direita para esquerda, fala sobre a banda. Foto: Bryson Roatch / Divulgação / CP


Criado em Vacaville, noroeste da Califórnia, em 1993, o Papa Roach começou como um grupo de amigos que queria fazer um som e ganhou o mundo alguns anos depois com o lançamento do álbum “Infest”, em 2000. Entre diversos singles, o aclamado disco contém a canção de assinatura da banda, “Last Resort”. Depois colher os frutos deste trabalho, o grupo apresentou “Lovehatetragedy”, em 2002, e passou por grande ponto de mudança em 2004, com “Getting Away With Murder”, que marca uma guinada mais para o hard rock. O trabalho não foi muito bem recebido pela crítica e pelos fãs, mas o Papa Roach seguiu sua trajetória e lançou mais cinco discos, sendo o último “F.E.A.R”, de 2015. Agora, a formação atual – que tem Jacoby Shaddix (voz), Jerry Horton (guitarra), Tobin Esperance (baixo) e Tony Palermo (bateria) – prepara um novo registro, que deve ficar disponível já em 2017. E antes que ele saia, o grupo, que em 2013 chegou a cancelar uma turnê no Brasil por problemas nas cordas vocais de Shaddix, volta ao país quinze anos depois de um show no Rock in Rio e toca em Porto Alegre nesta quarta-feira, às 21h, no Opinião (José do Patrocínio, 834), com ingressos a partir de R$ 200. Esse retorno aos palcos brasileiros foi um dos pontos abordados por Jerry Horton nesta entrevista ao Correio do Povo.

Correio do Povo: O Papa Roach está voltando ao Brasil depois de 15 anos. O que você espera para esses shows e como você se sente sobre o público brasileiro?
Jerry Horton: Sabemos que o público brasileiro é muito apaixonado, e, ultimamente, temos tentado muito voltar. Tenho que me desculpar e agradecer aos fãs brasileiros. Eles têm sido muito pacientes, especialmente porque tivemos que cancelar da última vez, por causa da voz de Jacoby. Estamos muito animados para esses shows!

Correio do Povo: Com uma miríade de canções escritas, como vocês organizam o setlist dos shows? Você pode nos adiantar algum detalhe da apresentação em Porto Alegre?
Jerry Horton: Nós incluímos a maioria das músicas que as pessoas querem ouvir, e tocamos algumas que nós queremos tocar. No entanto, eu não acho que ninguém vai sair do show desapontado.

Correio do Povo: Com o álbum "Getting Away With Murder", a banda passou por uma sutil mudança no estilo musical. O que podemos apontar como responsável por isso? Foi uma ideia para experimentar novos gêneros e não ficar preso e limitado a um estigma? Ou foi um processo natural?
Jerry Horton: Eu diria que nossa evolução foi natural e experimental. As músicas do “Infest” foram apenas uma parte da nossa evolução, mas essa foi a parte que o público se apaixonou. Sabíamos que o gênero "Nu metal" não ia durar, então tentamos fazer as melhores músicas que podíamos na época.

Correio do Povo: A gravação de “F.E.A.R”, o último álbum da banda, foi diferente das demais e realizada em Las Vegas. Conte-nos sobre como este álbum surgiu.
Jerry Horton: Nosso último álbum, “F.E.A.R.” foi feito de forma diferente. Nós não tínhamos qualquer material pré-escrito. Conseguimos escrever e gravar 12 músicas em menos de dois meses, o que normalmente não acontece conosco. Acabamos de terminar um próximo álbum, que será lançado no início de 2017. Este também é diferente, porque estamos indo muito mais longe no espectro da velha escola moderna. Pense "Infest-meets-Getting Away With Murder".

Correio do Povo: Neste intervalo, Jacoby Shaddix estava passando por uma luta pessoal para ficar sóbrio. Como foi a relação entre vocês, com o ambiente de festa da cidade?
Jerry Horton: Quando estávamos no estúdio, geralmente estávamos trabalhando, não festejamos muito. Então, por causa disso, esse não foi um problema muito grande. Vivíamos juntos em uma casa e passamos a maior parte de nossas horas de vigília criativas.

Correio do Povo: Voltando no tempo, embora "Infest" não seja o primeiro trabalho da banda, é o que trouxe reconhecimento internacional. De uma perspectiva lírica, quais as produções de Papa Roach são as mais pessoais e intensas?
Jerry Horton: “F.E.A.R.” realmente tem algumas letras muito intensas. A canção "Gravity" vem à mente em primeiro lugar.

Correio do Povo: Vocês se arrependem de algo em sua vida e carreira?
Jerry Horton: Eu não posso me arrepender de nada. Eu só posso aprender com os erros cometidos, e nós fizemos a nossa parte justa.

Correio do Povo: Alguns anos atrás, você disse durante uma entrevista que o álbum "King for a Day... Fool for a Lifetime", do Faith No More, é um dos seus favoritos. Que outras influências vocês têm e como elas influenciam você?
Jerry Horton: Outras influências incluem Pink Floyd, Metallica, Thrice, Refused, Red Hot Chili Peppers...

Por Eric Raupp

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