Marli Ribeiro da Costa: "Guardarei o Fer na minha alma, no meu coração"

Marli Ribeiro da Costa: "Guardarei o Fer na minha alma, no meu coração"

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Perdi meu melhor amigo. meu melhor pai. Meu melhor tudo. Nunca tive pai. Era tudo para mim. Perdi tudo. Hoje não tenho nada Perdi meu melhor amigo. meu melhor pai. Meu melhor tudo. Nunca tive pai. Era tudo para mim. Perdi tudo. Hoje não tenho nada", afirma Marli Costa.


Marli Ribeiro da Costa: Ele ficava muito feliz quando eu chegava na fazenda. Gostava que eu fizesse arroz com suã. Também gostava de pequi e pão de queijo. Amava frango com quiabo e angu. Nem me preocupava muito. Sabia do que ele gostava. Era fácil demais cozinhar para ele. Fernando era uma pessoa que comia de tudo, embora tivesse predileções. Se fosse visitar um rico, comia o que tinha. Se fosse na casa de um pobre, comia o que tinha. Não tinha negócio de rejeitar comida. Era um homenzinho famoso, por conta do futebol, mas humilde.

Adorava Aruanã, onde veio a falecer. Amava Porto Alegre e o clima. Eu também adoro o clima da capital gaúcha, pois aqui em Goiânia é muito quente. Gostava de levar Jet Ski para a fazenda. Nas férias, procurava se afastar do futebol, mas não era fácil. Aproveitava o tempo que tinha livre e ía para outros lados. No entanto, não ficava muito tempo longe da bola. Logo se juntava com os amigos, entre eles o cantor Leonardo, para jogar futebol. Não abria mão de fazer caridade em instituições que atendem portadores de câncer. Mas não gostava de publicidade. Fez tanta caridade, mas as boas ações fazem parte dos segredos que levou. Era uma parte solidária muito linda.

CP: Qual era seu time do coração?

Marli Ribeiro da Costa: Goiás e Inter. Goiás porque foi onde tudo começou. No entanto, foi no Inter que venceu, que conseguiu ser campeão de tudo. Sempre dizia que jogar no Internacional foi sua melhor escolha. Foi a pessoa mais feliz do mundo dentro do Beira-Rio. Tinha gratidão pelo Inter e ter gratidão é algo muito lindo. Ele amava a nação colorada de coração, amava os gaúchos. Agradeço muito, porque os últimos momentos de felicidade dele foram em Porto Alegre, onde amava estar.

CP: Quais eram teus sonhos para o filho?

Marli Ribeiro da Costa: Queria que fosse um brilhante médico, mas quis o destino que ele brilhasse de outra maneira. Foi um brilhante jogador.

CP: O que fica do passado?

Marli Ribeiro da Costa: Ficam as alegrias, glórias. Guardarei o Fer na minha alma, no meu coração. Nunca vai deixar de existir. Vai ficar para sempre \[pausa, choro\. Tento pensar apenas nas alegrias dele. Penso que na vida, ele teve mais alegrias do que tristeza. Momentos de tristeza e cansaço todo mundo tem. Mas Fer teve mais alegrias do que situações que o entristeceram. Não gostava de perder. Quando perdia uma partida, ficava muito mal. Em caso de derrota, chegava em casa e seguia direto para o quarto, triste e calado. Mas se ganhava, retornava alegre, falante e feliz.

Por Luciamem Winck

 

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