Segurança na beira da praia

Segurança na beira da praia

Coronel Leandro Oliveira da Luz fala da sua expectativa para a alta temporada

Christian Bueller

Que as pessoas continuem adotando os protocolos do início da pandemia e desses quase dois anos: utilização da máscara, uso do álcool em gel e procurar não se aglomerar nas praias, porque a legislação é para todo o território nacional e no Litoral não é diferente.

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Com dedicação e respeito de quem tem a Brigada Militar no sangue – o pai, de quem fala com emoção, já foi comandante-geral da Corporação -, o coronel Leandro Oliveira da Luz está à frente do Comando Regional da Brigada Militar no Litoral Norte (CRPO Litoral) e comanda, ainda, a Operação Golfinho 2021/2022. Nascido em 1971 e com 32 anos de serviços prestados na BM, recheados de prêmios e honrarias, o oficial fala de sua expectativa para a alta temporada, dos desafios da função, das pessoas que foram às praias para “fugir” da pandemia e dos veranistas que vão ao litoral para aproveitar as férias.

O senhor estava no comando do CRPO Litoral desde o início de março deste ano, assumindo ao final da Operação Golfinho. Portanto, este é o primeiro verão que comandará a Operação por completo. Quais os maiores desafios, em se tratando de um período de pandemia, que ainda não terminou, na sua opinião?

Trabalhei nas duas últimas semanas da operação em 2021. Em março, a pandemia estava no ápice e seguimos todas as determinações do governo do Estado, nas quais os municípios fiscalizavam os estabelecimentos e aglomerações em ambientes públicos. A Brigada Militar dava apoio em força. Se nada mudar, faremos o mesmo trabalho. O que temos de diferente neste momento é que a pandemia tem novas variantes. No entanto, a maioria já tomou as duas primeiras doses da vacina, alguns, a terceira. Então, por outro lado, a sociedade tem maior proteção.

Os veranistas e mesmo a população local deverão ir às praias com mais volume (e vontade) que o habitual, já que os efeitos da pandemia se arrefeceram com a vacinação. Como lidar com esta demanda, que também deverá ser forte nas estradas pelo mesmo motivo?

Percebemos, ainda durante o ano, um aumento na população nas cidades litorâneas. Segundo os prefeitos, a ampliação é de 20% a 30% de moradores, até porque muitos vieram buscando locais mais tranquilos para passar o período de pandemia. Para as festas de fim de ano, ainda mais pessoas foram ao litoral, mas devemos continuar com os cuidados com a saúde que já vimos tomando, mesmo com o avanço da vacinação.

Quais as dicas que o senhor daria para que todos os banhistas que se dirigirem ao litoral voltem bem e com saúde para suas casas?

Que as pessoas continuem adotando os protocolos do início da pandemia e desses quase dois anos: utilização da máscara, uso do álcool em gel e procurar não se aglomerar nas praias, porque a legislação é para todo o território nacional e no litoral não é diferente. Temos que tomar estes cuidados para não proliferar o vírus, principalmente com estas novas cepas que estão aparecendo.

Quando o senhor assumiu, citou a ênfase do trabalho em três eixos: repressão, visibilidade e atendimento do telefone de urgência e emergência 190. Como se dará isso?

Sempre trabalhei nesses três eixos. Durante esse tempo, estivemos visíveis nos processos a pé, com motocicletas e motorizados, em que as viaturas ficam em pontos-base e as guarnições desembarcam, atentas ao que está acontecendo. A repressão ocorre com nossas forças táticas, indo diretamente aos locais onde o crime acontece e não deixando acontecer. Com o atendimento pelo telefone 190, após o crime ocorrido, ajudamos no que podemos, prendendo os criminosos. É o que temos feito durante o ano, não deixando acumular para o verão. Com a Operação Golfinho, em que recebo mais de mil homens e mulheres de reforço, ampliamos estes três pontos. Na verdade, é potencializar os dois primeiros eixos, com aumento de efetivo e de viaturas, para que o atendimento 190 diminua, evitando que os crimes ocorram.

Qual a sensação de voltar à Operação Golfinho como comandante depois de já ter participado como tenente? Conte a sua relação com a operação?

Eu servia como tenente do 6º Batalhão de Polícia Militar, em Rio Grande, e participei da Golfinho na praia do Cassino, no Litoral Sul. Era bem mais executor, coordenava os serviços junto aos sargentos, cabos e soldados, e vivia no dia a dia do policiamento. Quase 30 anos depois, como coronel, como comandante, continuo nas ruas, mas muito mais na gestão, na estratégia das questões de polícia do que na execução. Mas me sinto preparado, com a experiência que tenho para fazer essa Operação Golfinho 2021/2022 com muita tranquilidade e segurança para todos que vierem ao litoral.

Seu pai, José Dilamar Vieira da Luz, foi comandante-geral da BM de 1996 a 1999. Quais os principais ensinamentos dele que o senhor usa no dia a dia?

Entrei na Brigada Militar em 1990 e meu pai era major, subcomandante do Batalhão Rodoviário. Na época, era o único deste tipo no Estado, onde também servi. Acompanhei-o, e a outros oficiais mais antigos, percebendo em quem eu gostaria de me espelhar para ser o oficial que acho que consigo ser hoje. E o meu pai é como todos devem ser: me ensinou a ser um homem honesto, íntegro e trabalhador, assim como ensinei aos meus filhos. Vi meu pai na BM desde que nasci. Foi simples, foi fácil. Nós só precisamos ser exemplo e é o que ele e vários oficiais foram para que eu me tornasse o que sou atualmente.


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