Vacinação deve prosseguir

Vacinação deve prosseguir

Uma nova campanha nacional pela vacinação do reforço para a Covid-19 começou em fevereiro.

Paula Maia

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Quais são as vacinas contra a Covid-19 e quais as diferenças entre elas?

As vacinas contra Covid-19, disponíveis na rede pública, são a Coronavac, AstraZeneca, Pfizer Monovalente e Pfizer Bivalente. A diferença entre elas é em relação a tecnologia. A Pfizer utiliza tecnologia de RNA mensageiro, a monovalente e a bivalente. A Coronavac utiliza a tecnologia de vírus inativado. A AstraZeneca é uma tecnologia derivada do adenovírus de macaco.

Qual a vantagem da vacina bivalente que está sendo aplicada?

A vacina bivalente tem uma vantagem porque ela acrescenta uma segunda cepa do coronavírus. A cepa Ômicron, além da cepa de Wuhan, que é a original. Então, ela acompanha as mutações que o coronavírus sofreu e oferece uma melhor resposta de proteção imunológica e também de desfechos clínicos.

Pessoas já infectadas com Covid-19 devem receber a vacina?

Sim. Devem fazer porque os estudos mostram que essa proteção dada por uma infecção pelo coronavírus decai com o passar do tempo. O que torna as pessoas vulneráveis a novas infecções.

Quanto tempo após a infecção é recomendado esperar para receber a vacina?

Neste momento não há indicação de intervalo entre o final de uma infecção e a possibilidade de receber a vacina. Nós recomendamos que a partir da resolução dos sintomas a pessoa já pode receber a vacina contra Covid-19.

A vacina bivalente é segura para lactantes e gestantes?

Sim, a vacina bivalente da Pfizer de RNA mensageiro pode ser utilizada por gestantes e lactantes.

Como as vacinas ajudaram a controlar a pandemia no mundo?

As vacinas foram fundamentais no controle da pandemia, diminuindo o impacto na saúde da população e também na questão da utilização dos recursos e infraestrutura do sistema de saúde. Foi graças à vacinação que se diminuiu o número de mortes e de casos graves de Covid-19.

Quem não tomou nenhuma dose de vacina pode tomar a bivalente?

Quem não tomou nenhuma vacina deve procurar fazer a vacinação. Neste momento, a bivalente está indicada como reforço. Primeiro reforço para quem já tomou duas doses de qualquer vacina monovalente. Salvo os pacientes imunodeprimidos que, se não fizeram nenhuma vacina até esse momento, devem utilizar a vacina bivalente para fazer todas as doses do esquema.

Como o senhor prevê que a pandemia vai se comportar daqui pra frente?

Os dados que nós temos até o momento mostram uma diminuição do impacto da pandemia, principalmente nas faixas etárias mais novas, em pessoas sem comorbidades. O número é muito menor do que era no início da pandemia, mas ainda é importante nos grupos de moderado a alto risco de complicações, que são os idosos, os pacientes imunodeprimidos, gestantes, entre outros, que devem continuar fazendo a vacina. Se continuar essa tendência, nós podemos ver um abrandamento do vírus em relação à capacidade dele de provocar doença, principalmente doença grave e moderada. Nesse sentido, ela vai se aproximar muito do que é uma gripe. Um vírus influenza e talvez, se nós tivermos sorte, ele vai se comportar como se fosse mais um coronavírus dos tantos coronavírus que nos causam resfriados comuns todo ano.

A vacina bivalente protege contra a variante Acturus?

As novas variantes tentam conseguir escapar da proteção imunológica dada ou pela vacina ou por infecções prévias de outras cepas de coronavírus. Nesse sentido, as vacinas acabam perdendo um pouco da sua eficácia em relação à prevenção da Covid-19, mas, mesmo assim, elas vêm mantendo a proteção alta contra as manifestações mais graves da Covid.

Quais são os riscos de uma baixa adesão nas campanhas de vacinação?

É preocupante que a cobertura vacinal nos grupos de maior risco, que são os grupos prioritários, esteja tão baixa. À medida que passa o tempo da última dose da vacina, essa proteção adquirida diminui e torna os indivíduos mais expostos a terem novas infecções por Covid-19 por causa das novas variantes. Além da chance maior de apresentar quadros graves, inclusive o óbito.


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