Consciência Negra

Assim como Martin Luther King, nós temos um sonho. Dar um basta ao racismo. Ao preconceito disfarçado nas palavras e atitudes de quem ignora a justiça e igualdade. Somos todos um grande corpo, costuramos um mesmo tecido. Existem diferenças, mas elas constituem justamente os pontos de encaixe. Fascinantes são as cores, formatos, entrelaçamentos. Sobretudo histórias, sentimentos, coragem. A força diante dos séculos de discriminação. Quantos estudantes negros já foram humilhados na porta das escolas? Pessoas honestas subjugadas por uma questão de tonalidade da pele? Não é a quantidade de melanina que definirá nosso caráter. Sob a epiderme, mora luta, resistência. Persiste o ser humano de verdade. Tanta gente se atém a molduras, enquanto a obra de arte está no interior. Por fora, palavras soltas. Por dentro, a poesia inteira. Centenas de páginas aguardam ser lidas. O debate em torno do tema da consciência negra avançou nos últimos anos, porém há muitos muros a serem derrubados. Reflexão, memória, diálogo: uma sociedade só é de fato “social” quando todos têm seus direitos reconhecidos.
(Texto e fotos: Alina Souza)