Ensino de mundo

Ensino de mundo

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Quando crianças, queremos embalo. A liberdade de brincarmos num parquinho sem pensar no tempo, nas faces pesadas, nas palavras incompreendidas. Impulso, movimento, sensação de suspensão no ar. Quase voar. As correntes são necessárias para que não nos machuquemos entre as doces peraltices da fantasia. É preciso aterrissar na realidade. Logo buscamos quem nos dê acolhimento. Amparo. Parceria. Voar é um desejo intenso, mas sozinhos não conseguimos. Procuramos alguém que aponte as esquinas da imensidão. Nos primeiros anos de vida, a tudo olhamos curiosos. E absorvemos. Centelhas do meio onde existimos (e resistimos) se fixam em recantos em breve despertados, requisitados. Todas as falas ouvidas na infância reverberam no amanhã. Marcas incorporadas à identidade. Por isso, a importância da educação. Da escola, das múltiplas relações. A convivência das diferenças. O trabalho dos professores é muito mais complexo que a transposição de teorias de livros didáticos. Mais do que decorar tabuada e separar sílabas, fundamental é aprendermos a fugir da segregação.
(Texto e fotos: Alina Souza)


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