Gentileza

Gentileza

Provavelmente o menino que aprendeu a importância de cumprimentar o próximo será o homem que oferecerá a mão a quem precisa.

Alina Souza

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Faz um tempo já, mas a cena ficou intacta na memória, como tantas outras que quero colecionar na mente a fim de preservar a esperança de um mundo melhor. Ao entrar no ônibus, ouvi uma senhora falar a um menino na faixa dos seis anos de idade: “Diga bom dia para o motorista e para o cobrador, meu filho”. Pena eu não ter uma máquina fotográfica naquele momento, para retratar a positividade contida em suas faces. Outra cena que me cativou foi a de um jovem auxiliando uma idosa a chegar no destino pretendido. Apesar de serem situações diferentes, é possível estabelecer uma relação entre elas. Provavelmente o menino que aprendeu a importância de cumprimentar o próximo será o homem que oferecerá a mão a quem precisa. Esta capacidade de enxergar o mundo para além do próprio umbigo se constrói na infância, consolida-se nos atos da vida adulta. Alivia o peso de ser ver no centro de tudo. As dores doem menos e nos restabelecemos de modo mais fácil após os tropeços. Munidos de gentileza, encaramos a existência — esta rota cheia de vias íngremes e calçadas irregulares — apoiados na certeza de que não estamos sozinhos.


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