Que venha a arte

Que venha a arte

Alina Souza

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Senti falta dos espaços artísticos da Usina do Gasômetro nos últimos anos. Há um mês recomeçaram as obras e espero ansiosa pela conclusão. Não há novidades em relação ao tema, mas pensei com carinho e nostalgia no simbólico prédio ao observá-lo despontando altivo em meio à neblina. Para mim, uma cidade perfeita é uma cidade que documenta, questiona, cria, preserva, inspira. Os pontos de cultura têm justamente este papel. Um papel a ser escrito, ou desenhado, ou até mesmo dobrado em várias partes. Uma folha em branco — justaposta às valiosas páginas do passado. A memória é âncora e, ao mesmo tempo, bússola. Que se mantenham como novas as edificações históricas: lugares incorporados à identidade coletiva. Mantê-los novos no sentido de investir em manutenção e ocupá-los com efervescência, movimento, fantasia. A arte expande as perspectivas, como uma manhã que inicia com cerração e depois descortina a paisagem nítida, devolvendo aos olhos cansados o encanto e as surpresas da primeira vez. Uma eterna revisita.


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