Produção de vinho no Estado ensaia recuperação após estragos causados pelo míldio

Produção de vinho no Estado ensaia recuperação após estragos causados pelo míldio

Não houve edição do Correio do Povo no dia 3 de novembro de 1922

Renato Bohusch

A produção vitivinícola se espalhava pelo Rio Grande do Sul.

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A industria viti-vinicola rio-grandense - O Rio Grande do Sul é o Estado que, entre, os demais da União, se salienta, na cultura da parreira e na producção de vinho. As estatisticas officiaes lhe attribuem uma area de 32.000 Ha, occupados com vinhedos e uma producção media de um milhão de hectolitros de vinho que se reduziram a menos da metade em 1919, a 560.000 em 1920 e a 580.000 m 1921, devido á grave infecção peronosporica do primeiro anno. O valor do vinho fabricado, no anno que passou, occupava o oitavo logar na producção agricola do Estado e sua exportação attingiu o oitavo logar entre a sahida dos productos vegetaes do Rio Grande do Sul. São essencialmente quatro as regiões viticulas do Estado: a mais importante comprehende os municipios de Caxias, Bento Gonçalves, Garibaldi, Alfredo Chaves, Antonio Prado, Guaporé, Encantado, parte de Estrella, de S. Angelo e de Ijuhy. A segunda esta localizada nos nucleos coloniaes da antiga Colonia Silveira Martins e que hoje estão repartidos entre os municipios de Julio de Castilhos, Santa Maria e Cachoeira. A terceira zona se extende nos municipios de Rio Grande e de Pelotas. A ultima e mais moderna se desenvolve em Lagôa Vermelha, Cruz Alta, Passo Fundo e Erechim. Em menor escala e com destino quasi exclusivo á mesa, isto é, ao consumo directo, se produz uva no municipio de Porto Alegre. Esporadicamente existem vinhedos tambem em outras localidades, como em Bage onde os srs. J. Marimon e Filhos possuem o maior vinhal do Estado (30 Ha.), em Uruguayana e em Alegrete. Porém, se a parreira está cultivada em localidades tão differentes do Rio Grande, sua cultura de pouco differe de um a outro logar, seja nas castas espalhadas, seja nos cuidados que se lhe dispensam. A vinha que constitue a quasi completa generalidade dos vinhedos rio grandenses é a Isabel; e a esta regra faz excepção a segunda região citada, pois nella prevalece a Concor, que vulgarmente é denominada de uva franceza, seguida, por importancia pela Herbemonte e finalmente pela Isabel. Cultiva-se tambem bastante a Concord em Pelotas; a Goethe, ou uva rosa, é espalhada em todos os centros viticulas; não faltam Barbera, Pevarella e Vernaccia em Caxias, Bento Gonçalves e Garibaldi onde os srs. Peterlongo, Irmãos Maristas e Dreher filho confeccionam magnificos vinhos brancos. Em Porto Alegre, existem, como elemento secundario, tambem numerosas castas européas de mesa e de vinho; entre estas ultimas a Merlot e a Traminer que são a base dos optmos vinhos fabricados pelo sr. coronel Alberto Bins. Em Bagé prevalece a Seibel n. 2. Visto, sumariamente, o actual estado da viticultura riograndense é a grande procura que no paiz existe de productos vinicolas, depreende-se como surge o verdadeiro problema nacional escogitar os meio para melhorar e intensificar a producção viti-vinicola brasileira e, em principal modo, do Rio Grande do Sul, que, pelas suas condições de solo, de clima e de meio social está em posição privilegiada em comparação aos demais Estados da União. 

Matéria publicada na edição de 13/10/1922

A grafia da época está preservada nos textos acima

CRONOLOGIA

O dia 3 de novembro na história

1864 - Morre o poeta maranhense Gonçalves Dias. 
1907 - Fundação do Hospital Souza Aguiar no Rio de Janeiro.
1992 - Bill Clinton vence a eleição presidencial nos Estados Unidos. 
1957 - Cadela Laika é lançada ao espaço no satélite soviético Sputnik II.
1997 - A foragida da Justiça, Jorgina de Freitas, fraudadora da previdência, é presa na Costa Rica. 


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