A pandemia mudou a cara do esporte

A pandemia mudou a cara do esporte

Estádios fechados, fuga de patrocinadores, inadimplência de associados e renegociação das verbas da TV impactaram em cheio os clubes ao redor do mundo em 2020

Hiltor Mombach

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A pandemia mudou a história do esporte em 2020. Por causa do coronavírus, muitos eventos foram adiados, cancelados ou estão sendo realizados com portões fechados. Provavelmente este cenário se manterá nos primeiros meses de 2021.

Sites especializados fizeram projeções apocalípticas quando do surgimento da pandemia. Em abril, quando os prejuízos começavam a ser contabilizados, o alemão Transfermarkt disparou: “Desvalorização mundial de jogadores. Queda supera os 9 bilhões de dólares”. E alertou: “O mercado entrou em colapso, muitos clubes podem estar ameaçados de insolvência e os planos de transferência foram suspensos devido às muitas incertezas que existem. É dificilmente concebível que os preços de transferência continuem a subir no futuro”.

A Sports Value, empresa de marketing esportivo, afirmou que no Brasil “os impactos da Covid-19 serão devastadores. As perdas podem chegar a R$ 2,5 bilhões”. Registrou que “o mercado esportivo global está sofrendo brutalmente com os impactos econômicos e sociais da Covid-19. O esporte profissional global vai perder receitas de mais de 15 bilhões de dólares. Quando somadas a estes valores as perdas no varejo esportivo tradicional – clubes, academias, apostas e diferentes infraestruturas – os prejuízos superam os 40 bilhões de dólares.

O jornal espanhol El País divulgou que, de acordo com dados do economista Victor Mathesson, da Universidade de Massachusetts (EUA), os sete esportes coletivos mais populares (futebol, futebol americano, basquete, beisebol, hóquei no gelo, rúgbi e críquete) geraram, em 2018, 80 bilhões e euros (R$ 442,4 bilhões) anuais, derivados, basicamente, da venda de direitos televisivos. O jornal destacou ainda que o novo coronavírus “quebrou a roda do esporte profissional”. Motivo: fez apenas nos dois primeiros meses, o que nem a Segunda Guerra Mundial conseguiu após seis anos de destruição: paralisar as competições europeias.

Estádios fechados, fuga de patrocinadores, inadimplência de associados, renegociação das verbas da TV e outros cortes fizeram o Inter projetar um déficit histórico de R$ 100 milhões. Deve ficar nos R$ 60 milhões. O Grêmio não sofrerá tanto o impacto porque vendeu o atacante Cebolinha por mais de R$ 100 milhões.

Os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 foram adiados para 23 de julho de 2021. Houve pressão internacional para tanto. O Comitê Olímpico do Canadá informou que iria boicotar os eventos se eles fossem realizados em 2020. A Austrália também não enviaria seus atletas Noruega e Reino Unido pressionaram o COI e Brasil, Eslovênia e Alemanha haviam pedido o adiamento. Quase 80% dos atletas eram favoráveis a um adiamento, de acordo com uma pesquisa divulgada pelo The New York Times.


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