Coitadismo verde-amarelo

Coitadismo verde-amarelo

Toda Copa do Mundo é mais do mesmo: se a Seleção volta antes para casa somos invadidos pela síndrome do coitadismo.

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Toda Copa do Mundo é mais do mesmo: se a Seleção volta antes para casa somos invadidos pela síndrome do coitadismo. Rasgamos tudo, inclusive nosso passado de feitos relevantes. Eis uma verdade irretocável. 

Cometendo uma verdade nem tão exagerada assim diria que se um dia o subdesenvolvimento nos deixar, não deixaremos de ser subdesenvolvidos.
Vejam: qual o único país pentacampeão do Mundo? Qual o melhor jogador que já se viu no planeta Terra? O amigo leitor conhece as respostas de cor e salteado.
Pois o que se vê é a divinização suprema dos europeus. Há um endeusamento escarrado. A decantada França está em busca do tri. Somos penta. Contra quem? Eis onde eu quero chegar.

Com residência no terceiro mundo, a Argentina, que atravessa um dos momentos econômicos mais delicados da história, fará a final diante dos franceses.
Alguém dirá que o futebol não tem mais pátria. Vai tempo, uma pesquisa apontou que quase mil jogadores argentinos jogam fora de seu país. Mas, e há sempre um mas em tudo, a camiseta que Messi, do PSG, veste no Catar é da Argentina.

O terceiro lugar não será disputado por nenhuma potência: de um lado um europeu, a Croácia, e do outro um africano, Marrocos.
A tetracampeão Itália nem no Catar desembarcou. Outro tetra, a Alemanha, desembarcou na primeira fase. Os ingleses ficaram pelo caminho, assim como a Espanha.
Não sei se ainda somos o país do futebol ou se passamos a ser um dos países do futebol. Abri dizendo que o brasileiro sofre da síndrome do coitadismo e explico: aqui, ser vice ou terceiro é humilhante. Ou somos campeões ou é ferro na Seleção.


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