Eu, um invejoso

Eu, um invejoso

No futebol, sempre achei que seríamos engolidos pelos paulistas e cariocas. Minhas teses tem uma peculiaridade: elas vão e vem, têm efeito bumerangue.

Hiltor Mombach

Mercado e Suárez disputam a bola no Gre-Nal 438

publicidade

Nelson Rodrigues abre assim uma das suas crônicas: 
“Ninguém confessa virtudes e repito: a simples confissão de virtudes não interessa nem ao padre, nem ao psicanalista e nem ao médium, depois da morte.” 
 
Padeço de três males: bairrismo, coitadismo e inveja. 
No futebol, sempre achei que seríamos engolidos pelos paulistas e cariocas. 
Minhas teses tem uma peculiaridade: elas vão e vem, têm efeito bumerangue. 
 
Fossem definitivas e não poderia retornar ao assunto.
No final de semana, vi o Palmeiras ser campeão pela quarta vez na era dos pontos corridos. Alguém dirá que o título é virtual. 
Neste caso trata-se do título virtual mais matemático da história.  
 
Vi um Grêmio festivo pela confirmação virtual no G-4. 
Percebi lágrimas de alegria contrastando pela tristeza da despedida do cometa Suárez.
Vi um Inter tomado pela alegria pelos 2 a 1 sobre o Corinthians. 
Motivo: a confirmação de  vaga na Sul-Americana. 
 
Cometendo uma verdade exagerada diria que só o Íbis não vai para a Sula.
Nos últimos anos eu vinha sendo consumido pela inveja ora do Flamengo, ora do Palmeiras.
Galo e Fluminense entraram na lista.
O Flu campeão da Libertadores é a prova de que podemos mais.
 

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895