Grêmio de Todos, carta aberta

Grêmio de Todos, carta aberta

"Nada impede a construção da unidade oposicionista desde já"

publicidade

CARTA ABERTA AOS MOVIMENTOS DE OPOSIÇÃO E/OU, NO MÍNIMO, CRÍTICOS À ATUAL DIREÇÃO GREMISTA
O Movimento Grêmio de Todos, fundado em meados de julho de 2021, formado por “gremistas comuns” (sem conselheiros e sem dirigentes) e reconhecidamente de oposição à atual direção gremista desde a sua fundação, vem, humildemente, por meio desta carta aberta dirigida aos sócios do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e aos movimentos que se afirmam “oposicionistas” e/ou, no mínimo, “críticos” à atual gestão do clube, alertar o seguinte:

1) A profunda crise que estamos vivendo desde o ano passado não foi um mero acidente. Ao contrário, foi resultado acumulado de anos de má administração e de abandono total de quem havia sido eleito para dirigir o Grêmio. O resultado em campo é apenas um reflexo da bagunça generalizada que está o clube. E o malabarismo contábil para propagar um relativo superávit financeiro, visando causar um simulacro enganoso de boa gestão, é hoje o único argumento tragicômico de quem ainda defende essa direção temerária.

2) Por outro lado, é verdade também que infelizmente a própria ideia de oposição foi constantemente sufocada ao longo dos últimos anos. Os retratos das conquistas, as faixas no peito e as taças no armário foram mecanismos de silenciamento das vozes críticas à gestão. Tanto que Romildo Bolzan Jr. foi aclamado no Conselho Deliberativo, ou seja, à época, não teve uma candidatura de oposição nem depois teve uma articulação abertamente oposicionista para servir ao Grêmio de modo vigilante, propositivo e combativo. Ao contrário, movimentos que tendencialmente poderiam cumprir esse papel acabaram sendo convidados para colaborar com a gestão, causando uma evidente contradição que ficou perceptível na inércia quase generalizada da política gremista diante do rebaixamento. Respeitosamente, mas não fosse a tentativa de impeachment de todos os membros do Conselho de Administração, então pedida por nosso Movimento, absolutamente nada estaria registrado na História como forma de protesto da torcida gremista. Todavia, o impeachment não contou com apoio de nenhum movimento da política interna gremista, tendo sido equivocadamente arquivado sem análise do mérito. E hoje, comprovadamente, o calvário de 2022 está sendo superado apesar da atual direção do Grêmio.

3) Feito esse preâmbulo, o Movimento Grêmio de Todos, ao longo dos últimos meses, tem tentado nos bastidores unificar movimentos que se afirmam oposicionistas e/ou, no mínimo, críticos à atual direção gremista, independentemente de estarem ou não com cargos na atual direção (inclusive porque pouquíssimos movimentos não estão oficialmente com cargos na direção). A nossa busca por unidade da “oposição” dá-se pela necessária construção de um programa de profunda mudança dos rumos do Grêmio, algo que poderia ocorrer desde já nas eleições para o Conselho Deliberativo com o apontamento de uma pré-chapa ao Conselho de Administração/Presidência do Grêmio, como estão fazendo os principais pré-candidatos, Odorico Roman e Alberto Guerra, ambos notórios gremistas com serviços prestados ao clube e boas ideias, ora merecedores de nosso respeito. No entanto, ambos estão vinculados, de uma forma ou de outra, com a situação do Grêmio, pois não apenas estiveram ao lado dos atuais dirigentes no comando gremista como também estão sendo apoiados por movimentos reconhecidamente situacionistas.

4) Assim sendo, o fato novo nas eleições do Grêmio é resolver a incógnita da candidatura presidencial verdadeiramente de oposição. Mais que isso, resolver a incógnita da candidatura coletiva ao Conselho de Administração, a ser construída por movimentos oposicionistas e/ou, no mínimo, críticos à atual direção gremista. Sabemos que o correto é pautar primeiro a eleição do Conselho Deliberativo, porém, além do processo já estar atropelado com pré-candidaturas presidenciais lançadas, nada impede a construção da unidade oposicionista desde já. Aliás, a única coisa que pode impedir isso é a triste colocação de interesses menores de cada movimento acima dos interesses maiores dos rumos do Grêmio.

5) Por isso, mesmo já estando com sua pré-chapa própria ao Conselho Deliberativo pronta e com os recursos levantados, mesmo já tendo lançado o seu Projeto de Grêmio, o MGdeT ainda está disposto para dialogar urgentemente e de modo objetivo, baseado em ideias e propostas sobre o Grêmio que queremos, com todos os movimentos oposicionistas e/ou, no mínimo, críticos à atual direção gremista. Porque antes de pensar em nomes, deve vir o debate acerca do projeto, e muito antes da preocupação com o número de conselheiros que cada movimento pode eleger, deve vir a preocupação com o futuro do Grêmio. Nós ainda acreditamos na possibilidade e, principalmente, na necessidade da unificação dos movimentos oposicionistas e/ou, no mínimo, críticos à atual direção gremista, pois, do contrário, cada movimento tomará seu caminho, fazendo acordos pragmáticos, e o status quo, com menor ou maior grau de intensidade, será mantido. A verdade é que a divisão das forças oposicionistas e/ou, no mínimo, críticas à atual direção, só serve, enfim, para a manutenção do estado atual das coisas com a preservação de quem hoje comanda o Grêmio.

Sempre há tempo para pensar no Grêmio, pelo Grêmio e com o Grêmio!

Porto Alegre, 15 de agosto de 2022.

Movimento Grêmio de Todos


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895