Inter, auditoria e investigação
Entre a auditoria da Saweryn & Associados e a investigação do MP
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Em março de 2017 a Auditoria Saweryn & Associados, Auditores Independentes entregou ao Inter o seu parecer sobre “as demonstrações financeiras do Sport Club Internacional (“Clube”), que compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 2016 e as respectivas demonstrações do resultado do período, do resultado abrangente, das mutações do patrimônio…”
Apontou que “em nossa opinião, exceto pelos efeitos e limitações do assunto descrito na seção a seguir intitulada “base para opinião com ressalva”, as demonstrações financeiras acima referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes…”
A seção “base para opinião com ressalva” pedia “uma posição do controle auxiliar do grupo de contas de “impostos e contribuições a recolher”, cujo montante é de R$ 5.799.694, em 31 de dezembro de 2016. Entretanto, o clube não possui tal controle…
Na semana passada, dois anos e oito meses, o Ministério Público denunciou o ex-presidente do Inter, Vitorio Piffero, e mais 13 pessoas por suspeitas de desvios. Segundo o Ministério Público, as investigações apontaram desvios superiores a R$ 13 milhões. Além do ex-presidente, foram denunciados outros três ex-dirigentes da gestão: Pedro Affatato (ex-vice de Finanças), Emídio Ferreira (ex-vice de Patrimônio) e Carlos Pellegrini, (ex-vice de Futebol).
Marcelo de Deus Saweryn é um dos sócios da da Saweryn & Associados. Tentei entender com ele o motivo de manifestações tão discrepantes.
Marcelo explica que foram enviados ao Inter dois relatórios, um publicado no site e outro para conhecimento apenas da direção. Lembra que a Saweryn & Associados tem o poder de auditar, enquanto o MP de investigar. O MP tem o poder de quebrar sigilos bancário e telefônico, de ouvir as pessoas.
Diz que sua empresa enviou ao Inter um relatório com todas as deficiências e que mantinha reuniões com Sandro Santos Farias, da Controladoria e Transparência do clube, Pedro Antônio Affatato, primeiro vice eleito e com o contador Fabrício Rodrigues Calistro. No ano passado o Inter anunciou a empresa de auditoria BDO para controlar as operações internas no clube.
Segundo o MP, entre fevereiro de 2015 e fevereiro de 2016, o vice de Finanças, Pedro Antonio Affatato, fez 145 saques diretamente da tesouraria do clube, de forma direta e pessoal, no valor total de R$ 9,6 milhões, sob alegação de que os valores seriam utilizados para o pagamento de obras e prestações de serviços.
