Marta deveria ser mais referência para jovens jogadores e jogadoras do que Neymar

Marta deveria ser mais referência para jovens jogadores e jogadoras do que Neymar

Na véspera do jogo decisivo do Brasil com a Jamaica, meia da Seleção falou sobre o exemplo que se tornou

Carlos Corrêa

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Carlos Corrêa / Interino

Se você não tem uma barra de gelo no lugar do coração, é bastante provável que tenha ficado com os olhos marejados na hipótese de ter assistido à entrevista de Marta nessa terça-feira. Em menos de dois minutos e meio, a jogadora evidencia o oceano que existe em termos de referência do futebol feminino para o masculino.

Eu sou um pessimista em relação ao futebol brasileiro no curto e médio prazo. Ou falando de forma mais direta: enquanto o modelo almejado pelos garotos continuar sendo Neymar, a coisa não vai mudar. O modelo está equivocado. O modelo deveria ser Marta. Com sorte, pode ser Richarlison. Tomara. Mas, definitivamente, não é Neymar.

“Quando comecei a jogar não tinha um ídolo no feminino, vocês não mostravam o jogo, como eu ia ver e entender que eu poderia chegar à Seleção e me tornar uma referência? Hoje, saio na rua e as pessoas me param, dizem ‘minha filha te adora, quer ser como você’. E não é só comigo, com outras jogadoras também. Há 20 anos, em 2003, ninguém conhecia a Marta. Era a minha primeira Copa. Vinte anos depois, a gente virou referência para muitas mulheres no mundo inteiro. Não só no futebol”, ponderou a maior jogadora a já vestir a camisa da Seleção Brasileira.

E é isso. Marta sabe que é uma referência. Sabe da importância que tem. E leva isso a sério. Não passa a vida sendo protegida e bajulada por ‘parças’ que a tratam como a Menina Marta ou vivendo numa realidade paralela onde tudo é justificável e quem não aceita, “não entende”.

Em um país que até bem pouco tempo, por questões políticas, levava a divisão até para a torcida da Seleção, a equipe feminino do Brasil tem conseguido união em torno de si durante a Copa do Mundo. É impossível não torcer pelas mulheres que, contra tudo e todos, chegaram onde chegaram. Que o Brasil vença a Jamaica hoje e siga adianta!

E que Marta siga sendo referência.
 


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