Os dribles de Ronaldinho

Os dribles de Ronaldinho

Craque nos gramados, Ronaldinho cabe hoje nesta manchete do jornal El País: “Traição, declínio e prisão, a última década de Ronaldinho à sombra do irmão”.

Ronaldinho está preso no Paraguai desde o dia 6 de março

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Em outubro de 2019, o Ministério Público Federal analissou duas representações contra a empresa 18kRonaldinho por indícios de aplicação do golpe conhecido como pirâmide financeira. Pirâmide financeira é um esquema criminoso e fraudulento no qual as pessoas são atraídas para investir dinheiro com a promessa de retornos elevados. 
Os participantes devem recrutar novas vítimas.

Naquela época, reportagens davam conta de que a 18kRonaldinho prometia rendimento de até 2% ao dia a clientes que comprarem pacotes que iam de 30 até 12 mil dólares.
Em 2020, Ronaldinho se tornou réu em uma ação que pedia R$ 300 milhões por prejuízos a investidores. Segundo notícias, a “18K Ronaldinho” prometia rendimentos com investimentos em criptomoedas mas nunca passava aos clientes a custódia dos bitcoins ou de outras moedas virtuais. 

Convocado para prestar na CPI das Pirâmides Financeiras, Ronaldinho não compareceu por duas vezes. Foi determinada a condução coercitiva. 
Ele tinha um habeas corpus que lhe garantia o direito de ficar em silêncio. 
Porém, não o desobrigava de comparecer.

Roberto Assis, irmão e empresário do ex-jogador, afirmou que Ronaldinho é vítima no caso envolvendo criptomoedas : 
"Eu e meu irmão não fomos sócios dessa empresa. Meu irmão foi vítima dessa empresa 18k e seus sócios, Rafael e Marcelo, que utilizaram o nome e imagem sem autorização."
Não é o primeiro drible na justiça. Em 2019, a segunda turma do STJ negou pedido de habeas corpus de Ronaldinho. 

A defesa do ex-jogador tentava reverter decisão que determinava a apreensão do passaporte até reparação de danos ambientais. 
As multas alcançavam o valor de R$ 8,5 milhões. 

Em sua sustentação, Alexandre Saltz destacou que a família Assis Moreira mantinha a prática de descumprir decisões judiciais, criando toda a sorte de embaraços e dificuldades, inclusive de natureza patrimonial. 

Em 2020, o jornal Extra informou que Ronaldinho aparecia em quase 30 processos em diversos tribunais e comarcas do país. 
A maioria deles no Rio Grande do Sul, onde nasceu. Em 2020 o jogador foi detido no Paraguai por uso de passaporte falso.

Dribles não apenas na justiça. Ao anunciar, em 2011, que jogaria no Brasil, muitos lembraram de uma declaração de Ronaldinho em 1999: “Eu gosto tanto do Grêmio que, se fosse sempre assim, com estádio cheio e torcida apoiando, eu jogava de graça. 
O que vale é o amor à camisa”. 

A promessa virou mico. 
De quase acertado com o clube gaúcho, que já havia mandado instalar caixas de son para a festa, acabou assinando com o Flamengo.
Craque nos gramados, Ronaldinho cabe hoje nesta manchete do jornal El País: 
“Traição, declínio e prisão, a última década de Ronaldinho à sombra do irmão”.


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