Renato, Felipão e o meu bairrismo assumido

Renato, Felipão e o meu bairrismo assumido

Amigos, eis que leio, sem surpresa, que Renato (50) e Felipão (47) são os treinadores brasileiros com mais vitórias na Libertadores.

Hiltor Mombach

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Amigos, eis que leio, sem surpresa, que Renato (50) e Felipão (47) são os treinadores brasileiros com mais vitórias na Libertadores.
Os dois são gaúchos.
A leitura me remeteu a uma coluna escrita vai tempo.
Trata do futebol pampeano.
“Corria a década de 90, o Grêmio papava tudo e um jornal do centro do país rotulou o time gaúcho como o mais violento do Brasil.
Usou como gancho uma estatística que hoje seria desmascarada na hora pelas redes sociais.
Para o desavisado, o time mais violento só podia mesmo ser de um estado separatista.
A fama pegou e a partir daí um suspiro de Dinho virava vendaval.
O centro do país sempre deu o futebol gaúcho como violento. Os cariocas suspeitam que seus times conquistam taças sambando e os paulistas por serem naturalmente superiores.
Todo mundo dá e leva porrada em futebol, mas só a gauchada leva a fama. Bairrista declarado, afirmo que parte do país não nos engole.
Como é que pode um estado que despenca do mapa ter dois títulos mundiais, quatro Libertadores, 10 nacionais e tantos outros internacionais?
Para irritação maior, há um entra e sai de técnicos gaúchos na Seleção: Dunga, Mano, Felipão e até os quero-queros de Barbosa sabem que a vez de Tite chegará.”
Feito Nostradamus pampeano, acertei no Tite.
Mais recentemente, fiz esta coluna.
“Um amigo meu escreveu vai tempo que ninguém é mais bairrista no Brasil do que cariocas e paulistas. Concordo discordando.
O bairrismo do gaúcho vem acompanhando de duas síndromes, a do coitadismo e a do egocentrismo.
Nossa convivência com o extremismo começa com a temperatura, que varia 20 graus num dia. Moramos num Estado que despenca do mapa e que carrega a fama de separatista. Se há um Brasil dentro do Brasil este fica no RS. No futebol, por exemplo, ninguém nos vence: nós é que perdemos. E, quando perdemos, é porque fomos garfados.
Aceitamos uma garfadinha, mas uma garfadona como aquela do Brasileiro de 2005 é indigesta demais.”


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