Robinho, Daniel Alves e o complexo de vira-lata

Nelson Rodrigues escreveu: "Por "complexo de vira-latas" entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo. Isto em todos os setores e, sobretudo, no futebol."
Estava em Pequim, na Olimpíada de 2008. A poluição era tanta que eu não enxergava o prédio bem ao lado. Estava em Atenas, na Grécia, em 2004, quando invadiram a pista durante passagem de Vanderlei na maratona. Em Atlanta, em 1996, houve um atentado terrorista com a explosão de uma bomba a poucos metros da vila olímpica. Na madrugada de 27 de julho uma explosão violenta ocorreu no coração do Centennial Olympic Park, frequentado por atletas e turistas do mundo inteiro para confraternizações.
Resultado: dois mortos e 112 feridos. Aqui, abro um parêntese.
Eu estava no hospital Georgia Baptist, instalado no quinto andar, num quarto todo envidraçado. Via a movimentação dos helicópteros e era informado pelos enfermeiros do estado das vítimas. Entrei no ar na Rádio Guaíba, onde falei das 2h até as 7h. Ficaria hospitalizado cinco dias. Sobre a internação.
Descobririam que eu tinha celulite infecciosa. O que é? Está em www.tuasaude.com: "Celulite infecciosa, também conhecida como celulite bacteriana, acontece quando bactérias conseguem entrar na pele, infectando as camadas mais profundas e causando sintomas como vermelhidão intensa na pele, dor e inchaço> Pode causar graves complicações como septicemia, que é a infecção geral, ou até mesmo morte, caso não seja devidamente tratada."."
Retomo o assunto "complexo de vira-latas".
Fosse no Brasil e nós diríamos que fatos como os relatados só poderia ter acontecido aqui neste país terceiro-mundista!
Cometendo uma verdade nem tão exagerada diria que se um dia o subdesenvolvimento nos deixar, não deixaremos de ser subdesenvolvidos. Vejam: qual o único país pentacampeão do Mundo? Qual o melhor jogador que já se viu no planeta? O leitor conhece as respostas de cor e salteado. Pois o que se vê é a divinização suprema dos europeus. Há um endeusamento escarrado e vergonhoso.
Dois acontecimentos mostram que as coisas não são bem assim.
A justiça da Espanha concedeu liberdade provisória ao jogador brasileiro de futebol Daniel Alves, condenado por estupro em Barcelona. Para isso, o ex-jogador da Seleção Brasileira precisará pagar fiança de R$ 5,4 milhões. A justiça de lá, um país da Europa, definiu o custo de um estupro, não uma pena.
No Brasil, o Superior Tribunal de Justiça decidiu por 9 votos a 2 pela prisão do ex-jogador Robinho em solo brasileiro pelo crime de estupro coletivo, cometido na Itália em 2013. Ele foi condenado a 9 anos de detenção. O STJ quer prisão já.