Romildo: "Estou muito bem vacinado"

Romildo: "Estou muito bem vacinado"

Confira a entrevista com o presidente do Grêmio

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1) O senhor assumiu como presidente em 2015. De lá para cá o futebol viveu momentos de turbulências. Este é o pior?

Não é a pior. Já tivemos outras crises. Estarmos numa crise, disputando a final da Copa do Brasil, é uma situação bastante dualística. O que quero dizer com isso: jogamos uma final de CB, estamos classificados para jogar a Pré-Libertadores, temos dificuldade no campo. sim, é um período de excepcionalidade. A crise está nos ambientes gerados, não propriamente por dentro. Então, temos que ter a noção de quem está fomentando essa situação. Estamos absolutamente cientes de que temos que melhorar nossos sistemas internos. Estamos melhorando e iremos melhorar ainda mais. A crise, muitas vezes, vem de pautas que não estão dentro do clube. Mas a gente reconhece as dificuldades e iremos superá-las. 


2) Em quanto tempo o clube espera contornar a crise?
Prazo do futebol só tem o da vitória e do encaminhamento para  bons resultados. No momento que se chega à vitória, a crise se acaba. 

3) Em 2016, o futebol decolou com um vice de perfil mais autoritário, Adalberto Preis. Em 2017, Preis esteve ao lado de Odorico Roman. O senhor pode repetir esta fórmula, buscando um vice mais impositivo?

Iremos avaliar mais na frente qual o perfil que deve assumir a vice-presidência do futebol. Por ora, a mudança implica em minha maior proximidade do departamento e no trabalho do CEO Carlos Amodeo.

4) O Grêmio errou ao dar a Renato tanto poder?

O poder do Renato é um poder de campo e de controle técnico, mas não sobre o clube. Às vezes, suas declarações podem dar essa impressão, mas não é assim que funciona. Evidentemente que essa impressão se dá muitas vezes pela sua postura, mas o clube tem suas instâncias, suas situações administrativas. No futebol, Renato tem o comando técnico e responde ao presidente, ao vice de futebol, ao sistema que ele está subordinado. Obviamente que as contratações passam pelo seu aval, por sua avaliação, assim como as limitações internas. Enfim, tudo está no limite do que se possa fazer preservando um bom ambiente e não que possa parecer um exercício exagerado de poder. 

5) A saúde financeira do clube esteve atrelada à venda de jogadores. Caso o time demore a decolar a tendência é menos negócios, menos vendas. Há o risco de o Grêmio virar deficitário?

O Grêmio terminou 2020 numa situação de equilíbrio, projeta 2021 também de forma equilibrada. Claro que um dos componentes fundamentais de receita é sempre a venda de um jogador, mas o Grêmio tem os seus controles e vai ter que se adaptar aos tempos na medida que surgirem dificuldades, mas de modo que possamos ficar sempre equilibrados.

6) O que o senhor faria de diferente de 2017, ano do tri da Libertadores em que o Grêmio jogou o melhor futebol do país, até agora?

Vamos investir mais ainda na política de formação de jogadores, melhorando processos internos, diminuindo a margem de aproveitamento em relação à cronologia de idade, mantendo o foco no equilíbrio financeiro e em contratação pontuais, sempre buscando os melhores diagnósticos. Futebol às vezes se ganha, às vezes se perde. A única coisa que para nós não existe é a terra arrasada por que não ganhou. Depois de seis anos, estou muito bem vacinado e tenho a confiança de que depois que voltarem as vitorias em campo, vamos conseguir estabelecer um novo padrão de comportamento da torcida. 
 
7) Sem público nos estádios, de onde vem a pressão?

A pressão vem de todos os lados. Das redes sociais, muitas vezes emotivas, segmentos de opinião da imprensa, dependendo do dia, da ocasião, do resultado. Tenho a certeza e a convicção de que as coisas irão andar a partir das decisões que estão sendo tomadas. A pressão que resta é a de dentro de campo. No mais, ela faz parte do jogo. 

8) Que prognóstico faz para a temporada?

Estamos trabalhando algumas contratações pontuais, em posições chave que o time precisa. A partir do sucesso dessas contratações, mais a manutenção de vários atletas do elenco, além da promoção de outros, acredito que teremos condições tranquilamente de organizar uma situação bastante sólida para manter cada vez mais o time forte. 


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