Suárez, o coletivismo de um homem só

Suárez, o coletivismo de um homem só

Meus amigos, eis uma verdade definitiva: em futebol, só o craque salva. O resto é como abajur, decorativo.

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Meus amigos, eis uma verdade definitiva: em futebol, só o craque salva. 
O resto é como abajur, decorativo.
Vimos ontem o coletivismo de um homem só. 

Sozinho, Suárez arrastou uma multidão.  
Público na Arena: 49.614 torcedores 
Sem ele, esta tal de Recopa doméstica passaria despercebida.

Deslumbrante, ofuscou os demais. 
Sozinho desmontou o modestíssimo São Luiz. 
Suárez escancarou aquilo que se suspeitava: uma há uma terrível carência de talentos individuais por aqui. 
Já na estreia estabeleceu um novo parâmetro de exigência.
O craque tem biografia e futebol para tornar muitos dos que desfilam pelos nossos gramados meros peladeiros. 

Não que sejam peladeiros: a simples comparação os torna peladeiros. 
Ao final do primeiro tempo, enquanto uma extasiada torcida comemorava os três gols do artilheiro, este colunista exclamou: é pouco! 

Esbanjando categoria, tornava tudo tão fácil, natural, era tão cristalino seu instinto, seu faro de gol, que eu queria mais.
Suárez pode ser a redenção do futebol pampeano. 
O torcedor nunca mais se contentará com menos. 

Tivesse que escolher uma palavra para definir a estreia do craque diria: irretocável! 
O leitor certamente retrucará, e com razão, lembrando este colunista que o rival não era um Flamengo, Galo ou Palmeiras. 

Corretíssimo! 
Mas, e há sempre um mas em tudo, ficou escancarado que Suárez se destaca dos demais. Como andorinha, não fará verão sozinho. 
Porém, se a turma de apoio ajudar, fará muitos gols pelos gramados do país. 


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