A caça ao negro pela polícia americana

A caça ao negro pela polícia americana

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Até quando o racismo será a marca da cultura dos Estados Unidos?

Até quando os incautos não perceberão que o problema continua?

Americanos e europeus adoram meter o bedelho, principalmente quando há petróleo abundante, em lugares onde não foram chamados. Semeiam vento e colhem atentados. Dizem fazer isso em nome dos mais altos valores humanitários e iluministas. Seria melhor se cuidassem bem dos seus problemas internos.

Nos Estados Unidos, as polícias têm se aperfeiçoado na caça ao negro. É um esporte que provoca polêmicas e precisa ser praticado na clandestinidade. Os defensores dos Direitos Humanos, criticados no Brasil por pessoas que se apresentam com “de bem”, consideram essa prática como exemplo de barbárie.

Recentemente os “homens de bem” entusiasmaram-se com o assassinato de um brasileiro pela Indonésia por ele ter traficado cocaína para esse país da Ásia. Quando parentes das pessoas “de bem” envolvem-se em problemas com ilicitudes, seus familiares descobrem as vantagens dos jeitinhos e subornos. Aqueles que mais criticam a impunidade costumam ser os primeiros a cometer infrações de trânsito. Afinal, falar ao celular dirigindo é coisa menor só anotada por azulzinho chato a serviço da indústria da multa e do furor arrecadatório.

Bandido bom, pensam ainda alguns, baluartes da moral e dos bons costumes, é bandido morto, se não for da família de quem diz isso. Assim segue o barco, sinuoso, singrando ondas e contradições.

Esse pessoal oscila entre a ingenuidade, a ignorância, a má-fé e gosto primitivo pela vingança.

Até pouco tempo, as autoridades americanas defendiam-se da acusação de racismo alegando que ações condenáveis eram pontuais e de responsabilidade de policiais destemperados, estressados ou que descumpriram as regras inculcadas e cobradas todo dia. Por coincidência, essas ações reprováveis costumam vitimar negros e não resultar em condenação aos policiais envolvidos. Em Miami, paraíso adorado por lacerdinhas brasileiros, a polícia inaugurou uma nova forma de tiro ao alvo: a mosca é olho de negro. Fiquei sabendo disso por causa desse meu maldito hábito de ler jornais todos os dias e de trocar informações com amigos que cultivam essa mesma obsessão.

Uma matéria da Folha de S. Paulo saiu com este título impressionante: “Polícia de Miami usa fotos de criminosos negros em treinamento de tiro ao alvo”. Denunciada, a polícia de Miami reagiu de acordo com o formulário padrão das respostas infames: J. Scott Dennis, chefe da corporação, garantiu que nenhuma lei foi violada.

O chefão tranquilizou a população com sua conversa fiada: "Não houve transgressão de nossas políticas (...). Não haverá medidas disciplinares para os policiais envolvidos nisto". Uau! É esse tipo de pessoal, treinado com esse tipo de método científico, que sai matando negros pelas ruas dos Estados Unidos.

Na França, a prisão de Fleury-Mérogis, onde o terrorista Coulibaly formou-se na “escola do crime”, tem lugar para 2.700 detentos, mas costuma abrigar mais de quatro mil.  Nos Estados Unidos, quando um negro é morto pela polícia, a plebe já sabe: vai ficar por isso mesmo. A justiça branca vai arquivar o caso ou absolver os criminosos. Só resta, então, sair às ruas e botar fogo no circo, o que faz a gente “de bem” protestar contra atos de vandalismo e reprovar a falta de confiança nas leis, na justiça e na democracia. O barco segue no seu ritmo habitual.

Falta muito para a polícia americana ser exemplo para qualquer país.

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Frase de João, o mais coerente do que o coerente: "Nada mais rasteiro do que leitor de rede social tentando mostrar conhecimento de economia ou dar recomendações para justificar políticas tucano-petistas. Stiglitz e Krugman neles!. O resto é ignorância e conversa de admirador da Miriam Leitão ou do Delfim Neto".

 

 

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