A estranha leitura da mídia sobre eleições

A estranha leitura da mídia sobre eleições

Projeto do Parque Olímpico do Rio para os Jogos de 2016

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O imaginário dos comentaristas da mídia é bizarro. Quando tudo indica uma direção, eles conseguem perceber que o caminho mais certo é inverso.

Algumas pistas:

"Pesquisa Datafolha realizada nesta sexta (11) mostra que a presidente Dilma Rousseff seria reeleita no primeiro turno se disputasse a eleição contra os dois candidatos mais prováveis do PSDB e do PSB, o tucano Aécio Neves e o socialista Eduardo Campos."

Leitura do homem comum: Dilma está bem na fita, pois Aécio e Eduardo serão provavelmente os seus adversários em 2014.

A oposição teria mais chances se fosse de Marina e Serra.

"Na simulação em que a disputa aparece mais apertada, a petista alcança 37% das intenções de voto, Marina marca 28%, Serra alcança 20%."

Explicação óbvia da Folha de S. Paulo:

"Trata-se, porém, justamente do cenário mais improvável da eleição, já que os principais líderes do PSB e do PSDB trabalham pelas candidaturas de seus presidentes nacionais, Campos e Aécio."

Conclusão do leitor comum: PSDB erra em preterir Serra. PSB se equivoca ao apostar em Eduardo tendo Marina à disposição. Será que mudará?

Adiantaria?

"Dilma vence em todas as simulações de segundo turno. Contra Marina, ganha por 47% a 41%. Contra Serra, por 51% a 33%. Contra Aécio, 54% a 31%. Contra Campos, 54% a 28%."

Conclusão do "homem sem qualidades": não tem para ninguém.

Leitura bizarra de Josias de Sousa, comentarista do UOL:

"1)  o ‘Olimpo’ de Dilma Rousseff ainda é precário; 2) os ‘anões’ permanecem no jogo; 3) João Santana, o marqueteiro do PT, submete a própria língua ao risco da desmoralização."

Como assim, cara pálida?

Ele tem seus argumentos: "Marina Silva, agora filiada ao PSB, desponta como uma reserva de luxo de Eduardo Campos. O Datafolha informa que, hoje, ela seria para Dilma a adversária mais dura de roer. No seu melhor cenário, Marina atinge 29%, quase o dobro do percentual atribuído ao governador de Pernambuco."

O PSB trocará Eduardo por Marina?

Terá de rasgar o que disse até agora.

Conclusão do matuto: Dilma ganhou a parada com a Rede fora do jogo.

Conclusão do iluminado Josias:  "Em termos políticos, o maior beneficiário foi mesmo Eduardo Campos. Ele avançou algo como seis meses de campanha em uma semana. Desde sábado passado, mercê da superexposição ao lado de Marina, o mandachuva do PSB saltou da condição de candidato nanico para a de um postulante de dois dígitos. Para desassossego de João Santana, os anões não se “comeram lá embaixo”. Juntaram-se."

Eduardo Campos rompeu com Lula para ser candidato à presidência.

Entregará tudo de mão beijada para Marina?

Segundo o engenhoso Josias, os votos do PPS e do PSOL poderão mudar o jogo contra Dilma. Uau! Não é de duvidar. Embora a pesquisa em questão não pareça indicar nada disso. Ler é interpretar. Haja interpretação!

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