A França como o resto do mundo

A França como o resto do mundo

A Ilha de tonga voltou a ser atingida pelos tremores de terra de ontem à noite

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Não houve surpresa no primeiro turno das eleições presidenciais francesas.

Era jogo jogado que Marine Le Pen e Emmanuel Macron iriam ao segundo turno.

Jair Bolsonaro versus João Dória Jr.

A mídia ainda tentou alimentar uma dúvida inexistente.

François Fillon, candidato da direita republicana, o que significa não ser xenófobo nem racista, morreu no caminho acometido de favorecimento à esposa com empregos públicos.

Os socialistas empacaram na administração medíocre de François Hollande, que desidratou Benoît Hamon, que, junto com o radical Jean-Luc Mélenchon, tinha algo de útil a dizer e propor.

As chances de Marine no segundo turno são nulas.

Todos se unirão em torno do centrismo de conveniência de Macron, um filósofo e banqueiro que prega o discurso demagógico do nem nem, nem esquerda nem direita, nem político tradicional nem aventureiro.

Mélenchon e Le Pen pregaram contra a Europa, mas os eleitores do primeiro não votarão na segunda.

As democracias ocidentais vivem um impasse: a direita liberal dá uma arrumada na casa jogando parte da carga humana ao mar com a promessa de vir resgatá-la do afogamento quando a economia crescer. A esquerda paga para ver, amontoa todo mundo no barco e vê o capitão afundar com a república. A extrema-direita e a extrema-esquerda prometem soluções como expulsar os estrangeiros do navio ou sobretaxar a turma dos camarotes.  Nada funciona plenamente. Culpa-se o sistema eleitoral.

Só os plutocratas se dão bem. A lição do momento é simples: não há lugar nem condições para que todos vivam num Estado de Bem Estar Social. Para que uma parte se divirta, outra parte maior deve pagar o pato escorada na expectativa de que o sistema conseguirá, mais tarde, compensá-la pelo sacrifício.

Cansado de esperar soluções, os eleitores jogam a política na água.

Os políticos, contudo, sobrevivem.

Macron deve ser o próximo presidente da França.

Marine Le Pen continuará sendo um espectro que ronda a pátria do Iluminismo.

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