Aliens, Neymar e Temer

Aliens, Neymar e Temer

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Espírito altivo e independente, gênio solitário, eu sou um observador do universo a partir do Bom Fim. Acompanho tudo o que possa sinalizar a existência de seres extraterrestres e nos arrancar desta solidão cósmica propícia à depressão. Não estarmos sozinhos é uma questão de probabilidade tão grande quanto a de o Corinthians ser campeão brasileiro este ano. Nesta minha labuta diária incansável, embora não militante, para saber se existem alienígenas, li o artigo de Robert Barth, na “Slate”, intitulado “nova teoria tenta explicar por que ainda não encontramos alienígenas”. Fiquei impressionado.

A diferença entre ciência, no seu estágio mais sofisticado, e ficção é o compromisso da última com a realidade nem que seja por aproximação.

Às vezes, quando entrevisto certos intelectuais famosos, fico com a convicção de ser tão inteligente que pareço idiota. Eles acreditam no que dizem ou fingem muito bem. Eu não. A questão é: por que ainda não encontramos extraterrestres se nós mesmos estamos na área? Donald Trump não vale. O prêmio Nobel da física Enrico Fermi teria feito essa pergunta durante um almoço. O que terá bebido? Daí o nome para essa inconsistência entre o possível e o não verificado: paradoxo de Fermi.

Milhares de almoços depois, três cientistas acham que têm a resposta: os aliens existem, mas estariam dormindo. Uau!

O universo estaria quente demais para que inteligências superiores se manifestem. Essas inteligências chamadas de digitais não poderiam morar na Sibéria? Ou ainda é muito quente por lá? Adoro hipóteses. Especialmente as mais surpreendentes. Os pesquisadores admitem que essas inteligências geladas poderiam resfriar algum pedaço do universo se quisessem sair da cama, mas não o fazem para não desperdiçar energia. Estou simplificando bastante para consumo de inteligências quentes como a minha. A parte que mais gostei foi esta declaração de um dos cientistas sobre a pertinência de suas descobertas: "Não é algo que seja necessariamente inevitável, mas é altamente provável”. Não duvido. O improvável pode ser muito provável. Basta pensar nas chances de o Inter continuar na segunda divisão.

Quanto Santos Dumont convidava celebridades para jantar em mesas que exigiam escadas para chegar à altura dos pratos como forma de antecipar a era das alturas e dos aviões era visto como um lunático. Tudo o que Jules Vernes apresentou como ficção científica virou realidade. Como então duvidar da existência desse ETs dorminhocos? A civilização do futuro seria digital. O filho de um amigo meu largou na frente e já vive no ciberespaço. Outra hipótese é que estejamos dentro de um planeta zoológico sendo observados pelos extraterrestres. Nesta alternativa, interessante para um romance, viveríamos numa eterna prisão preventiva sem possibilidade de recorrer ao STF. A chave estaria com Sérgio Moro. Para sair teríamos de fazer delação premiada. O que ele gostaria de saber? Existe vida inteligente fora de Curitiba? Calma, é só uma piada intergaláctica. Sem gritos que os aliens dormem.

O mais famoso de todos eles no momento mora no Jaburu e quer se salvar da degola com a ajuda deputados dorminhocos que só temem a televisão.

Aliens fazem pensar em Neymar e em Temer.

https://youtu.be/In77LmKrfIc

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