As angústias do eterno namorado
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Avanças altiva pela rua deserta
Com teu melhor vestido vermelho.
Te foste sozinha colher avencas
Nos jardins do cemitério marinho.
Tens agora a malha grudada no corpo
Como se a chuva te lambesse os seios.
Nunca estiveste mais triste e bela.
Desnudo esse ventre em que me aninho.
Por que te perdes assim no aguaceiro?
Por que nunca sei do teu paradeiro?
Por que temo que de mim te percas?
Teus olhos expressam meus receios
Enquanto o temporal me desperta
E raios correm apagando espelhos.