As eleições e a psicologia do internauta
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O militante radical de rede social, especialmente o de direita, desconhece sutilezas e denuncia toda denúncia contra seus golpes como armação. Para ela, ideologia é a posição do seu adversário. Já a sua posição é sempre mera constatação técnica.
Cabe ao cronista fazer vir à tona essas contradições e ficar, na solidão do seu mundo, contemplando a psicologia do internauta.
Um discurso interessante em época de eleições é o que prega o fim das polarizações em nome de um dos polos da polarização. Velha astúcia que quase sempre cola, tão velha quanto certos truques de mágica em circos do interior.
A mídia também exibe a sua velha hipocrisia: bate, xinga, rebaixa e, quando os debates se tornam sangrentos, finge-se de chocada e crítica o baixo nível ou a falta de propostas. Os colunistas dos jornalões cariocas e paulistas repetem 1964.
Como farão se Aécio vencer? Serão todos governistas? Ficarão sem o que dizer?
Só a independência tem o doce sabor das alturas.
Bacana é ver o tucano pensar que sou petista.
Legal é ver o petista achar que sou tucano.
Gostoso é ver o petista acreditar que sou petista.
Delicioso é ver que tem tucano acreditando que ainda tenho recuperação.
Na solidão da urna, cravo nulo.
Ou, em raras ocasiões, voto em que dispara contra tudo e contra todos.
Eu não pertenço a ninguém.
Dilma e Aécio não merecem meu voto.
Aécio é um filhinho de papai, como Collor, ou mais, que representa o Brasil de 1500.
Dilma é uma senhora de expressão confusa que tolerou a corrupção em nome da governabilidade.
Corrupção, de resto, que une tucanos e petistas no mesmo infortúnio.
A nova política teve em Marina um sonho de verão que passou em 15 dias.
Sem mudança à vista, anularei o voto como deve fazer um libertário.
Pensarei em Max Stirner, mestre anarquista: somos inimigos, os partidos e eu.