As entrevistas dos presidenciáveis no JN

As entrevistas dos presidenciáveis no JN

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Vi as três entrevistas feitas por William Bonner e Patrícia Poeta com os três principais candidatos à presidência da República.

Na primeira, com Aécio Neves, o tom foi ameno, com momentos de bom jornalismo. O candidato tucano foi apertado em relação ao aeroporto que mandou construir em terras da família e também no que se refere ao mensalão mineiro e ao propinoduto paulista. Aécio defendeu-se dizendo que no PT houve condenações. No PSDB, não. O STF passou a bola para a frente.

Ao mesmo tempo, os empolados apresentadores do Jornal Nacional, da Rede Globo, lançaram quase um manifesto em favor do aumento das tarifas públicas e em defesa de cortes de gastos em políticas sociais.

As perguntas serviram para passar essa mensagem.

Na entrevista com o agora falecido Eduardo Campos o tom foi o mesmo. O candidato foi apertado em relação ao esforço filial em favor da escolha da mãe para o Tribunal de Contas da União. O manifesto em favor do corte de gastos persistiu.

Na entrevista com Dilma Rousseff o tom subiu. Os entrevistadores, de dedo em riste, adotaram o tom de interrogatório.

As perguntas não foram descabidas, mas inquisitoriais.

Feitas as entrevistas, o eleitor pode tirar esta conclusão: os candidatos não passaram no teste.

Eduardo se foi. Marina vem aí. Terá de passar na sabatina.

Dilma se recusou a opinar sobre as ações dos mensaleiros petistas.

Aécio não foi questionado quanto a isso de maneira frontal.

Muito blablablá e pouca substância nas respostas, os males dos candidatos são.

Ou foram.

Sem contar alguns erros de português.

Menores, claro, quando comparados com os de matemática.

O tamanho das promessas nunca cabe no orçamento disponível.

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