As manifestações e a nova margem de erro
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Os jornais estrangeiros, como inglês The Guardian e o norte-americano NYT, certamente contaminados pelo petismo, viram protestos de mais velhos, mais brancos, mais ricos e mais de direita. Devem ter engolido a tese oficial da elite branca. Eles se impressionaram mais com as faixas pedindo a volta do regime militar, o impeachment e o fim do STF. São sensacionalistas.
O que mais me chamou a atenção foi a ampliação do conceito de margem de erro.
A PM de São Paulo, comandada pelo governo tucano de Geraldo Alckmin, contou 1 milhão de manifestantes na Paulista.
O DataFolha reduziu um pouco esse número: viu 210 mil.
Uau!
A PM disse que a questão é metodológica. Estimou em cinco pessoas por metro quadrado (normalmente são três) com base em fotos aéreas. A Folha de S. Paulo pediu para ver as tais fotos. A PM negou. Por que mesmo? Certamente para não amassá-las.
A Folha é quase tão tucana quanto a PM. Por que a divergência?
Uma hipótese certamente absurda é que talvez a Folha tenha optado apenas por fazer jornalismo.
A margem de erro agora é mais confortável: entre 200 mil e um milhão.
Com uma margem de erros dessas, não tem erro.
As manifestações, de qualquer maneira, foram impressionantes. Na pior das hipóteses, 0,5% da população brasileira foi às ruas. Na melhor, 1%. É muito. Se não derruba governo, abala a autoestima. O governo Dilma está mais fraco que o ataque da seleção brasileira contra a Alemanha. Se pressionar, leva mais sete. Tem nova teoria da conspiração na parada: a seca seria obra do governo para tentar parar a lava-jato. O problema é tudo que ainda tem escondido no volume morto da corrupção.