Autoestima, narrativas moristas e outras

Autoestima, narrativas moristas e outras

Notícias do front

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      Sérgio Moro acaba de lançar um livro no qual mostra que tem uma excelente autoestima. Sabe-se que ele se vê como um Eliot Ness brasileiro. Ness ficou famoso por conseguir colocar o mafioso Al Capone na cadeia. Morreu pobre aos 54 anos de idade. Concorreu a prefeito de Cleveland. Não se elegeu. Era modesto. Desmoronou quando fugiu do local de um acidente que provocou. Não havia rede social.

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      Chega ao Brasil o livro de Bob Dylan: “Letras (1975-2020). É para ninguém mais dizer que ele foi agraciado com o Nobel da literatura sem ter obra publicada. Traduzido, fica assim: “Foi em outra vida, vida de lida e de sangue/Quando as trevas eram virtude e a estrada, cheia de lama/Vim do deserto, criatura desprovida de forma/
‘Entre’, ela disse, ‘eu te dou abrigo na tempestade”. Parece soar melhor cantado e em inglês. Mas pode ser apenas o ouvido habituado.

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      A imortal da Academia Brasileira de Letras Fernanda Montenegro vem sendo cancelada por alguns em redes sociais por ter dito que não quer nem Jair Bolsonaro nem Lula na presidência da República. Argumento da atriz: ela é a favor de um só mandato por pessoa.

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      Deu no jornal: “Não vacinados são 80% dos mortos e internados por covid-19 no Brasil”. Como caracterizar a recusa à vacina? Há quem escolha duas palavras cruas para isso: estupidez e ignorância.

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      Fui convidado a integrar o Conselho Científico do “Teseo, Master Media Educator”, projeto transdisciplinar e interinstitucional que integra as universidades de Salerno (Itália), Paul Valéry (França), Pompeu Fabra (Espanha), Lusófona (Portugal), Centro de Pesquisa e Educação (Chipre) e as Câmaras de Comércio Bélgica-Itália (Bruxelas) e Alemanha-Itália (Munique/Stuttgart). Entre os articuladores estão os sociólogos italianos Vincenzo Susca e Fabio de la Rocca. Com a autoestima quase tão elevada quanto a de Moro – embora sem planos de concorrer à presidência da República, talvez ao Senado, se fosse possível fazer isso sem partido –, recebi orgulhoso uma placa da Biblioteca Pública do Rio Grande do Sul, das mãos de Morgana Marcon e de Gilberto Schwartsmann, na presença da alta direção da Rádio Guaíba e do Correio do Povo, também homenageado, pelo trabalho no Caderno de Sábado, que faço com meu parceiro e amigo Luiz Gonzaga Lopes. O CS é um presente do CP e da Unimed Federação RS aos gaúchos, graças ao amor pela cultura dos médicos e escritores Nilson May e Alcides Stumpf.

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Ruínas

 

As casas tombam e não levantam mais,

O rio louro já não corre para o mar,

As estações se repetem monótonas,

O poeta jaz sobre a terra ressecada,

Utopia é só uma palavra anacrônica,

Toda queixa será logo rechaçada:

Sem drama, a vida é uma tragicomédia!

Luz, quero luz, lâmpadas de led.

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No RN pessoas comem lagartos restos de carne. Silêncio.


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