Bolsonaro, falso mito beija a lona

Bolsonaro, falso mito beija a lona

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Jair Bolsonaro esteve em Porto Alegre. Foi recebido com festa no aeroporto por seus fãs ardorosos.

Provocou polêmica e beijaço gay.

É um ator em cena, um provocador, um farsante (no sentido teatral da palavra).

Jogo o tempo inteiro para a sua plateia.

Nunca será presidente da República.

Talvez nem pretenda concorrer a tal posto.

No momento, quer é aparecer, brilhar e faturar para satisfação do seu imenso ego.

Fizemos entrevista com ele no Esfera Pública.

Ele deu o seu show. Mas não teve escada.

Tentou aplicar que os partidos haviam sido extintos na ditadura pelo AI-5, de 1968.

Os admiradores de Bolsonaro, saudosos da ditadura, sabem bem que foi pelo AI-2, em 1965.

Jair faltou à aula de história antes de ir fazer baderna no quartel, onde tomou 15 dias de cana.

Sedutor, no estilo os brutos também amam, embora prefiram odiar, Bolsonaro não teve levanta-bola para soltar as suas frases de efeito contra gays, negros, pobres, militantes de esquerda e mulheres.

Conclusão: Bolsonaro tem carisma, certa simpatia acanalhada, postura cênica e pouca bala na agulha.

A sua munição não dá para grandes combates.

É homem para tiro curto.

Nem a governador chegará.

Salvo uma grande virada na opinião pública.

Bolsonaro é falso mito. Faz estardalhaço em espaço pequeno.

Já bateu no teto.

Por ser xiita, fundamentalista e radical, jamais ganhará votos de moderados.

O terrorismo verbal é a sua força e a sua fraqueza.

É discurso que só fascina direitopatas empanturrados de ideologia.

Em favor de Bolsonaro cabe dizer: é melhor do que Danilo Gentilli em stand-up.

Tem mais domínio de palco que o Lobão.

Comunica-se melhor do que Rodrigo Constantino e Reinaldo Azevedo.

Não precisa ter o sumido Olavo de Carvalho como guru.

Alimenta-se da sua própria falta de ideias.

Um autêntico cavaleiro solitário que se perdeu do Zorro.

A arma contra ele se chama ironia.

Baba e beija a lona em 15 segundos.

 

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