Coisas tristes de dizer: Trump massacrou

Coisas tristes de dizer: Trump massacrou

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Há coisas tristes na vida, eu não sei, dizia o poeta.

Eu sei.

Vi o debate entre Hillary e Trump.

O magnata machista de extrema-direita deu um baile.

Hillary nada encontrou para dizer sobre os 33 mil e-mails que teria destruído nem sobre as acusações, com as vítimas presentes, de que seu marido teria estuprado algumas mulheres e feito acordo financeiro com uma delas.

O debate americano mostrou outra coisa: que não há verdadeiros debates no Brasil.

No debate americano, os jornalistas interferem, perguntam em cima das questões do público, enfiam o pé quando sentem que há contradições, interrompem, dão mais tempo e por aí vai. Aqui, os políticos fazem as regras.

Os jornalistas apenas passam a palavra ou fazem uma perguntinha engessada.

Há coisas tristes para dizer.

Michel Temer convidou mais de 400 deputados para jantar e a mídia não se interessou, como antes, por uma questão básica: quem paga a conta do banquete para mobilizar congressistas de maneira a cortar na carne dos outros? De que carne se trata? Ao molho de quê? Por que esposas foram chamadas?

Qual o cardápio?

Qual o custo?

Silêncio. Não vem ao caso.

Quando Trump massacra, o mundo fica mais sombrio.

O discurso de Trump lembrava estranhamento a da direita brasileira nos últimos meses.

Sem tirar nem por.

Fosse aqui, ele teria os votos dos eleitores de João Dória.

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