Conversas patagônicas
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Uma conversa entre mim e Michel Houellebecq na Patagônia
“Tu escreves por quê? Para fazer sucesso, para ganhar dinheiro, por acreditar na literatura, enfim, por que escrever?”, lá estava eu perguntando de novo.
“Porque eu gosto de livros. Parece-me positivo escrever. Eu gosto do resultado. Mas também para fazer sucesso. Quando os leitores dizem que gostam dos meus livros isso faz bem à minha vaidade. Eu fico contente.”
“Creio que existem três tipos de opinião sobre ti. Há quem te considere o maior escritor da literatura francesa contemporânea, há quem te ache um reacionário...”
“Não é incompatível ser um grande escritor e um reacionário...”
“Então, tu confirmas?”
“Eu não confirmo nada. Continua.”
“Enfim, há quem diga que tu escreveste um grande livro...”
“Qual?”
“’Partículas elementares’... E que tu precisas agora encontrar um novo assunto.”
“Acho que tudo isso é verdade.”