Deu a lógica na França

Deu a lógica na França

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A França não é a Inglaterra.

Não vive isolada do mundo.

Nem quer.

Na França a extrema-direita é um monstro de estimação. Cresce, ruge, mas permanece na sua jaula.

Na hora do perigo, todos se unem para dominar o animal extremista.

A França não é os Estados Unidos.

Marine Le Pen e Donald Trump são farinha do mesmo saco. Só que os franceses conheceram a ocupação alemã e as loucuras do nazismo dentro de casa. Tratam de se proteger dos aventureiros. De certo modo, parecem deixar que o monstro se manifeste para melhor revelar o tamanho dos seus medos.

Deu a lógica na França: abstenção alta, Macron eleito e Le Pen dominada.

Não havia qualquer possibilidade de sair outra coisa das urnas.

O fascismo foi contido pelos franceses sem direito à reclamação.

Mas isso não significa carta branca para a Europa dos tecnocratas.

O embate continuará sendo entre Estado do Bem Estar Social e liberalismo radicalizado.

Por vezes, o melhor disfarce para certo tipo de extremismo é a fantasia de centrista.

Uma verdade precisa ser dita: a França, mais uma vez, deu lição de consciência política.

Em segundo turno, deve-se barrar o que ameaça a democracia.

Nem esquerda nem direita. Todos contra o fascismo.

Vive la France!

 

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